segunda-feira, 15 de setembro de 2014

EXPLICA AÍ LIMPO FLÁVIO DINO,

De novo: Flávio Dino recebeu quase R$ 3,2 milhões de envolvida com trabalho escravo

Doações da OAS correspondem a 51% do total recebido pela campanha do comunista. Maranhenses estavam entre os trabalhadores escravos resgatados. Empresa é envolvida ainda com propina a políticos

Por Atual 7

O candidato pelo PCdoB ao Governo do Maranhão, Flávio Dino, parece ter a vocação por ser bancado com dinheiro advindo de empresas flagradas por auditores fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e procuradores do Ministério Público do Trabalho (MPT) submetendo maranhenses à condições análogas às de escravos.

Maior doadora de campanha de Dino nestas eleições manteve maranhenses e outros nordestinos em condições de trabalho escravo.. Foto: Divulgação
Depois de ser financiado eleitoralmente com R$ 500 mil em 2010 – que corresponde a 92,62% de todo o dinheiro gasto na campanha eleitoral – pela empresa Alcana Destilaria de Álcool, de Nanuque, Minas Gerais, pertencente à escravista Infinity Bio-Energy Brasil Participações, o comunista voltou a receber dinheiro para a campanha eleitoral, agora em 2014, de outra empresa escravista, a Construtora OAS S/A, embora conheça o quão desumano é a questão, por ter integrado a Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo, do Governo Federal, e, segundo o PCdoB, ser autor de um estudo a respeito do crime contra os direitos humanos, intitulado ‘O Combate ao Trabalho Forçado no Brasil: aspectos jurídicos’.


Levantamento do ATUAL7 na segunda parcial de prestação de contas de Flávio Dino, divulgada no início de agosto pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), mostra que o candidato do PCdoB recebeu da OAS o total de R$ 3.110.416,66 (três milhões, cento e dez mil, quatrocentos e dezesseis reais e sessenta e seis centavos). Para se ter uma ideia da importância do valor destinado pela 
CANDIDATO DE ESCRAVISTAS Maior doadora de campanha de Dino nestas 
eleições manteve maranhenses e outros nordestinos condições de trabalho escravo. 
Foto: Divulgação
empresa, o valor corresponde a mais de 51% do total de doações recebidos pelo cabeça da coligação ‘Todos pelo Maranhão’ – que pode aumentar, já que os números consolidados das doações e gastos de campanha só serão divulgados após o segundo turno.

Em novembro de 2013, a OAS firmou acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT) de São Paulo em que se comprometeu a regularizar as situações trabalhistas e a pagar indenização de R$ 15 milhões por danos causados pelo uso da mão de obra em condições análogas à escravidão em obras de expansão do aeroporto internacional de São Paulo em Guarulhos. Em força-tarefa do MTE e do MPT, dos 150 operários encontrados nessa situação, 111 eram do Maranhão, Pernambuco, Bahia e Sergipe – inclusive indígenas da etnia Pankararu. Posteriormente, mais 39 trabalhadores nas mesmas condições foram encontrados e inseridos no acordo.
Dentre as situações encontradas pelo MPE e MPT, parte significativa dos pedreiros, carpinteiros, armadores e serventes maranhenses, aguardava ser chamada para trabalhar alojadas em onze casas de Cumbica que estavam em condições degradantes. Além do aliciamento e da situação das moradias, também pesou para a caracterização de trabalho escravo o tráfico de pessoas e a servidão por dívida.
Reportam da ONG Repórter Brasil mostra que a doadora a maior doadora de campanha de Dino, a Construtora OAS, manteve maranhenses em situação análoga à trabalho escravo. Foto: Repórter Brasil
DINHEIRO ESCRAVO Reportam da ONG Repórter Brasil mostra que a doadora a maior doadora de campanha de Dino, a Construtora OAS, manteve maranhenses em situação análoga à trabalho escravo. Foto: Repórter Brasil
A empresa que bancou mais de 50% dos gastos de Flávio Dino nestas eleições é alvo de uma investigação da Polícia Federal e de um processo do Ministério Público Federal (MPF), por desviar U$ 22 milhões da construção da Avenida Água Espraiada (atual Jornalista Roberto Marinho) e repassar o valor para paraísos fiscais como propina ao ex-governador do Estado, Paulo Maluf. O caso já havia sido revelado pelo ATUAL7.
A OAS foi ainda devassada na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Precatórios, realizada pela Câmara dos Deputados, que apurou e comprovou a remessa de US$ 6,8 milhões enviados pela empreiteira para contas que mantinha em Genebra, em nome de duas empresas ‘offshore’ de Cayman.
Candidato do PCdoB ao Governo do Maranhão parece ficar 'muito triste' somente quando casos de trabalhadores escravos envolvem o grupo adversário no Maranhão. Foto: Twitter
Durante a revelação de que havia recebido em 2010 R$ 500 mil de uma envolvida com trabalho escravo de maranhenses, Flávio Dino alegou que, embora pertencente ao Infinity Bio-energy, a Alcana Destilaria de Álcool não estava incluída na ‘Lista Suja’ do trabalho escravo, mantida pelo MTE e pela ONG Repórter Brasil. Agora, para receber quase R$ 3,2 milhões ‘diretamente da fonte’ escravista, o comunista parece não ter enfrentado a mesma tristeza de quando lamentou o episódio envolvendo 25 maranhenses que trabalhavam em condições análogas ao trabalho escravo em construção do Arraial da Lagoa da Jansen, organizado pelo Governo Roseana Sarney.

R$ 3,2 MILHÕES É R$ 3,2 MILHÕES Candidato do PCdoB ao Governo do Maranhão parece ficar ‘muito triste’ somente quando casos de trabalhadores escravos envolvem o grupo adversário no Maranhão. Foto: Twitter

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