A falsa “esquerda” do Brasil quer ser a mudança!!!
O Brasil e o tempo perdido
Jornal do Brasil
A
mesma elite – principalmente a de São Paulo – que agride a Presidenta
Dilma Rousseff e o PT era há 50 anos a financiadora do golpe que começou
em 1954 na tentativa de derrubar o presidente Getúlio Vargas, levando-o
ao suicídio, e concluiu com o “Terço pela Liberdade”, derrubando o
governo João Goulart, em 1964. Uma elite café com leite. Foram mortes,
torturas, desaparecimentos, e um país dividido. O jovem brasileiro ficou
30 anos sem conhecer o que era votar e ser votado com liberdade.
Imaginem, senhores, entre 1964 – época
do golpe – e o fim da ditadura foram 20 anos. No governo Médici, em
1970, cantava-se 90 milhões em ação – era a população brasileira. Do
golpe ao fim do governo Geisel nasceram mais 50 milhões de brasileiros.
Cinquenta milhões que não puderam dizer aos filhos o que era país livre,
liberdade de expressão, direito de ir e vir.
Passados estes 50 anos, a retrospectiva:
Comissão da Verdade, arrependimentos e hipocrisias. Mas os que
financiaram o golpe estão todos aí. Ganharam dinheiro com os governos
Lula e Dilma, fazem estádios superfaturados, fazem o Proer, fazem o
Sanguessuga, fazem o Metrô de São Paulo e mais escândalos. E agora
financiam o fim do PTismo, preocupados com a mídia. A mesma mídia que
ganhou dinheiro com o golpe e continua a ganhar dinheiro com Lula e com
Dilma.
A democracia exige a alternância de
poder. A triste ilusão é que ou a alternância não se concretiza, ou o
poder vai para as mãos daqueles cujos avós faziam parte do grupo que os
reacionários queriam derrubar e, com isso, justificavam todas as
atrocidades que o Brasil viveu.
Um deles foi um histórico líder de
esquerda, defensor e apoiador das Ligas Camponesas, apelidadas de “antro
de comunistas” – Miguel Arraes. Hoje, os reacionários querem seu neto.
O outro foi ministro da Justiça de
Getúlio Vargas, que São Paulo e parte de Minas Gerais queriam depor, mas
acabaram levando à morte – Trancredo Neves. Hoje, os reacionários
querem seu neto.
Se não bastasse, o hoje vice de Aécio Neves era apelidado de “Mateus” ou “Matateus”, o motorista de Lamarca.
Eles não temem, mas ofendem a Presidenta Dilma por ter feito parte da Vanguarda Popular.
Será que os mesmos que financiam e
defendem os netos daqueles que eles atacavam e conseguiram tirar do
poder vão defender também, daqui a uns anos, a volta dos netos desses
senhores que eles tiram hoje, não com Lincoln Gordon, como aconteceu no
passado, mas com a The Economist? Vamos ter de novo o tempo perdido?
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