Moderno foi Sarney que usou o “novo” e a “mudança”, em 1965!
Estas eleições no Maranhão merecem um estudo de caso. De um lado, o candidato governista e de outro, o oposicionista. Os dois principais candidatos estão polarizados não apenas na disputa, mas no aspecto discursivo. O primeiro considera-se a renovação do seu grupo político e o segundo se apresenta como o novo, a mudança – mesmo tendo entrado na vida pública pelas mãos do ex-governador Zé Reinaldo Tavares.
Qualquer estudantezinho universitário sabe que hoje a classe política no Brasil enfrenta uma crise generalizada, em função dos desfalques sofridos em sua reputação resultantes das décadas de más condutas e rapinagens com o erário. Apelar ao rótulo de “novo” é, portanto, uma atitude mais do que velha, mas velhaca. Só mesmo principiantes na política ainda se arriscam a usar tal concepção. Em 1965, o jovem José Sarney já usava o slogan “Maranhão Novo”, vanguarda para uma época em que os marqueteiros pagos a peso de ouro somente existiam nos Estados Unidos, o berço do Marketing.
O quadro define-se a cada dia. O candidato Lobão Filho, mesmo entrando na disputa com o ônus de ser filho de ex-governador, vem apresentando-se de forma mais palatável, com mensagens propositivas, de ânimo e de avanço, em vantagem pela oratória e pelo visual que supera em quilômetros a mal ajambrada forma física do adversário. Os mais ingênuos irão protestar, mas o item faz parte das variadas e modernas técnicas de convencimento do eleitorado.
Quanto à legitimidade dos rótulos utilizados por cada um deles, o senador Lobão Filho apresenta-se com o “Pra Frente Maranhão”, coerente com seu grupo político. Já o candidato Flávio Dino, requenta para si mesmo o apelo de “mudança”, usado de forma estelionatária durante a eleição do prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior. Diante do retrato do descaso e do abandono da capital, os eleitores já não acreditam na promessa furada.
Enquanto isso, o ex-prefeito de Apicum Açu, Cecé Monteiro, acusado também de envolvimento na morte do blogueiro Décio Sá, permanece preso em Pedrinhas. Cleomar Tema, Weverton Rocha, Humberto Coutinho e até aquela esdrúxula mistura de pecuarista e suspeito de envolvimento com agiotagem, o agora empresário da noite, Dedé Macedo, fazem parte da lista de apoiadores daquele que quer “renovar” a política e mudar o Maranhão. Pink Elephant? É punk, diriam os paulistas!
Nenhum comentário:
Postar um comentário