Por: Gilberto Léda
As duas Assembléias do dia, na sede do
Sindicato dos Rodoviários do Maranhão, foram marcadas por ânimos exaltados,
discussões calorosas e muitas reivindicações por parte da categoria. As
Assembléias foram conduzidas pelo Presidente, Isaias Castelo Branco e demais
diretores da entidade.
Nas duas
ocasiões os Rodoviários, entre eles, motoristas, cobradores e fiscais,
demonstraram indignação, diante dos vários direitos, até hoje desrespeitados
pelos empresários. Quanto às questões salariais, existem empresas ou
consórcios, que atuam no transporte público de São Luís, que até não efetuou o
pagamento do 13º salário dos funcionários. Em relação às condições de trabalho,
os pontos finais também entraram nas discussões. Quase todos na capital, estão
em situação precária, sem o mínimo de infra-estrutura, como por exemplo, a
ausência de banheiros para atender as necessidades de trabalhadores e usuários
do sistema.
Outros pontos,
também foram incluídos na pauta: Com a licitação, muitas empresas, que antes
prestavam serviço, deixaram de atuar no transporte público, com isso, muitos
trabalhadores foram dispensados, mas alguns empresários não cumpriram com a
obrigação de pagar as verbas rescisórias. A demissão dos Rodoviários foi outra
questão discutida. Pelo acordo feito entre Ministério Público, Prefeitura de
São Luís, Sindicato dos Rodoviários e Sindicato Patronal – SET, os funcionários
deveriam ser remanejados para outras empresas ou consórcios, medida que não
está sendo tomada pelos empresários.
Itens que
integram a Convenção Coletiva de Trabalho e que ainda não foram implementados,
foram questionados nos encontros, como atraso de salário e o não repasse do
tiquet alimentação, pagamento dos trabalhadores por meio de contas em bancos,
além do descanso estabelecido nesta Convenção, que o Rodoviário tem direito
entre uma viagem e outra.
Durante as
Assembléias foi aprovado por unanimidade, a partir de agora, o Estado de Greve.
É importante ressaltar, que isso significa dizer, que os trabalhadores ainda
não vão parar. Por enquanto, não haverá paralisação do sistema em São Luís. Com
o Estado de Greve, o Sindicato dos Rodoviários está concedendo um prazo aos
empresários, até a metade da próxima semana, para que as negociações entre as
partes, possam acontecer. Se nenhum acordo for firmado durante esse período, aí
sim, será deflagrado o movimento na capital.
“Há algum
tempo, estamos discutindo todos esses itens de maneira pacifica com a classe
patronal, mas nenhum avanço ocorreu. Cansamos de esperar por uma definição. A
paciência da diretoria desta entidade, assim como a dos trabalhadores, se
esgotou. Se é preciso tomar medidas extremas, para ver nossos direitos serem
respeitados, então é por esse caminho que seguiremos. Entramos agora em Estado
de Greve. Nesse período aguardaremos o chamamento dos empresários, visando um
acordo. Caso isso não aconteça, não vemos outra saída, iremos deflagrar o
movimento, reter os ônibus nas garagens e paralisar o transporte público de São
Luís”, avalia Isaias Castelo Branco, Presidente do Sindicato dos Rodoviários do
Maranhão.
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