Por: Yuri Almeida
Candidato a prefeitura
de São Luís pelo nanico PMN, o deputado estadual Eduardo Braide atravessou a
temporada de caça ao voto fantasiado de apolítico e inimigo número 1 das
raposas da política em geral, pensando que a capital do Maranhão fosse
Anajatuba, onde ele também conseguiu mais do que dobrar os seus votos e com
isso ser o mais votado no município, na última eleição para o Legislativa
estadual.
Suspeito de lavagem de
dinheiro e de apropriação indevida de recursos públicos por meio da chamada
Máfia de Anajatuba, Braide sempre se comportou com tranquilidade olímpica em
relação ao que pensava o ludovicense diante de sua ligação umbilical e profissional com os cabeças e demais membros da
organização criminosa que saqueou os cofres daquela cidade.
Tudo miragem.
Quando Eduardo Braide se
candidatou a prefeito de São Luís, faltou-lhe a percepção de que o comportamento
que era assimilado na cidade coração da quadrilha que roubou quase outras 70 prefeituras não seria aceitável em São Luís. No
início da semana final do pleito, quando se comprovou por meio de documentos
oficiais que ele segue não somente investigado pelo Gaeco (Grupo de Atuação
Especial de Combate às Organizações Criminosas), mas também pela Polícia Federal (PF) após vultuosas movimentações
financeiras atípicas em sua conta-corrente, sua candidatura se tornou
insustentável e virou pó.
Nas redes sociais, onde
dominava desde o debate passado na TV Mirante, realizado no primeiro turno,
diante do confronto com outros documentos, usuários passaram a duvidar sobre a
honestidade que o candidato carregava em sua retórica e certidões negativas, já
que as próprias certidões atestavam que as negativas contavam para qualquer
investigação de corrupção, exceto as sob sigilo.
Mas ainda havia um luz
no fim do túnel: o segundo e último debate na TV Mirante, no segundo turno,
onde Eduardo Braide poderia se sobressair e massacrar o seu adversário, o
prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT). Contudo, logo no início do primeiro
bloco, ao confrontado por Edivaldo sobre qual sua participação na Máfia de
Anajatuba, Braide acabou ficando nervoso, esqueceu a resposta que havia treinado, gaguejou
por diversas vezes e não
respondeu as perguntas feitas.
A relação da população
ludovicense foi imediata e fraturou a candidatura de Braide, que já vinha
afundando quando ele insistiu em faltar com a verdade ao dizer que nunca havia
sido investigado. Apesar de seus próprios seguidores suplicarem em suas redes
sociais para que se explicasse sobre as graves acusações que pesam contra ele,
o candidato do PMN deu de ombros, acusou blogueiros de achaque e lidou com
a opinião pública como curral, julgando que poderia trabalhar no plano
eleitoral ludovicense nos mesmos moldes em que trabalhou sua reeleição para
deputado estadual no município saqueado pela Orcrim. Acabou derrotado.
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