Eugênio Coutinho vai levar 60% do valor global do contrato. Ele é
irmão de Humberto Coutinho. Secretaria que assinou termo administrativo é
indicada de Waldir Maranhão.
Por: Yuri Almeida
O
empreiteiro Eugênio de Sá Coutinho Júnior, dono da poderosa Amorim
Coutinho Engenharia e Construções Ltda, teve sua empresa pré-qualificada
pelo governo Flávio Dino para assinar contrato junto a Caixa Econômica Federal
(CEF) no valor global de quase R$ 225,8 milhões. Eugênio, como o próprio
sobrenome e o nome de sua empresa revelam, é irmão do padrinho político do
governador do Maranhão, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado
Humberto Coutinho (PDT).
De
acordo com o Diário Oficial do Estado do dia 30 de setembro deste ano, o valor
é correspondente ao processo administrativo que homologou a habilitação da
empreiteira para a construção de 2.048 unidades habitacionais no
Parque Independência, onde até o ano passado era realizada a Exposição
Agropecuária do Maranhão (Expoema).
O
termo administrativo publicado no DOEMA é assinado pela secretária de Estado
das Cidades e Desenvolvimento Urbano (Secid), Flávia Alexandrina, que antes de
comandar a pasta trabalhou, coincidentemente, como diretora da CEF
e gerente de projetos da Amorim Coutinho. Para chegar ao alto escalão e
controle da Secid ela foi indicada pelo próprio padrinho de Flávio Dino, num entendimento com o vice-presidente da Câmara
Federal e aliado do comunista, deputado Waldir Maranhão (PP).
Do
total do valor oferecido pelo governo para a construção das unidades
habitacionais no Parque Independência, a empresa do irmão de Humberto Coutinho ficará
com 60%, o que equivale a quase R$ 135,5 milhões. Os recursos serão pagos com
subsídios oriundos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) no âmbito do
Programa Minha Casa Minha Vida, com contrapartida do Governo do Estado, que
compreende o fornecimento de materiais e mão de obra.
Os
outros 40% do contrato, que representam pouco mais de R$ 90,3 milhões, vão
ficar com a Canopus Construções, pertencente ao casal Parmênio Mesquita de
Carvalho e Marilene Vasconcelos Vidal de Carvalho.
O processo
administrativo milionário publicado no Diário Oficial do Estado, estranhamente,
não informa a previsão para o início das obras.
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