Claro que os comunistas do PCdoB maranhense não iram concordar com a avaliação do presidente do PSOL, mas a leitura de Luiz Araújo é factual e reflete exatamente o significado dos tais 46 prefeitos eleitos pelo comunismo do Brasil aqui por estas terras.
Por: Robert Lobato
O presidente nacional do
PSOL, Luiz Araújo, fez algumas observações no mínimo curiosas ao avaliar o
governo Flávio Dino em entrevista concedida ao site do jornal Folha de São
Paulo, no último dia 29 de outubro,
Ao comentar o desempenho das esquerdas nestas eleições
municipais, em particular o do PSOL, Luiz Araújo disse que não há governo de
esquerda no Maranhão e que teme por Flávio Dino montar a sua própria oligarquia
tal como fez o ex-presidente José Sarney ao chegar ao poder no estado em 1966.
“Eu não acho que seja um
projeto de esquerda lá [Maranhão]. Tem um filme do Glauber Rocha, ‘Maranhão
66’. Foi o primeiro filme de propaganda eleitoral do Brasil, sobre a vitória do
José Sarney, em 1966. Nesse filme, tem um discurso do Sarney mostrando essa
desigualdade, essa pobreza que tinha no Maranhão e que ele ia acabar com as
oligarquias. O que ele fez depois? Criou uma oligarquia em torno dele,
cooptando a oligarquia a partir do aparato do governo. O meu medo é que o Dino
esteja fazendo um caminho parecido. É um risco”, avaliou Araújo.
Ainda que considere Flávio Dino “muitas vezes melhor do que o
Sarney”, o dirigente máximo do PSOL assegura que o governador comunista está
ficando “muito pragmático” e minimizou o crescimento eleitoral do PCdoB tão
badalado pelos camaradas maranhenses.
Na opinião de Luiz Araújo, os prefeitos eleitos pelo PCdoB
não são comunistas nem aqui e na China, pois teriam sido eleitos tão somente
pela relação com o governo.
“Eu não vou comparar
porque seria uma grosseria. Ele é muitas vezes melhor do que o Sarney. Ele tem
uma trajetória, mesmo que, nos últimos tempos, tenha ficado muito pragmático.
Que 46 prefeitos são esses do PC do B no Estado? São satélites do campo do
governo, não foram 46 comunistas eleitos. Nem na China nem lá [Maranhão]. Foram
46 prefeitos conquistados pela relação com o governo num Estado muito
dependente, porque as prefeituras precisam estar do lado do governador pra ter
qualquer coisa extra pra fazer, que não seja o FPM (Fundo de Participação dos
Municípios). Não acho que foi tão relevante como ele apresenta”, assegurou o psolista.
Claro que os comunistas do PCdoB maranhense não iram concordar
com a avaliação do presidente do PSOL, mas a leitura de Luiz Araújo é
factual e reflete exatamente o significado dos tais 46 prefeitos eleitos pelo
comunismo do Brasil aqui por estas terras. Aliás, fato que o Blog do Robert Lobato já havia comentado nos posts “PCdoB
sobrevaloriza vitória no MA” (aqui)
e “Prefeitos eleitos pelo PCdoB já
pensam em deixar o partido” (aqui).
Leia a íntegra da entrevista com Luis Araújo acesso o site da Folha de SP.
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