Documentos mostram que investigações iniciaram em fevereiro de 2014. PF também apura envolvimento de prefeitos no esquema criminoso
Por: Yuri Almeida
Documentos da
Procuradoria Regional da República (PRR) 1ª Região, publicados com exclusividade pelo Blog do Neto do
Ferreira, confirmam que o candidato a prefeito de São Luís pelo PMN,
deputado Eduardo Braide, é investigado pela Polícia Federal por
suposta apropriação indevida de recursos públicos e lavagem de dinheiro.
Sigilosas,
as investigações fazem parte do Inquérito Policial Instaurado pela PF para
apurar vultuosas movimentações financeiras atípicas feitas por Braide; o
instituto Escutec – Pesquisas de Mercado e Opinião Ltda, pertencente ao
empresário Fernando Júnior; e as empresas de fachada A4 Serviços e
Entretenimento, A. J. F. Júnior Batista Vieira - ME e Vieira e Bezerra -
ME (atual F. C. B. Produções e Eventos), operadas pelo próprio Fernando Júnior
em conluio com o pai e o ex-assessor-fantasma do candidato a prefeito da
capital do estado, respectivamente, Carlos Braide e Fabiano Bezerra, por meio
do dispêndio de recursos públicos em diversas prefeituras no Maranhão.
Todos,
segundo as investigações, inclusive os prefeitos, fazem parte da chamada Máfia
de Anajatuba, desbaratada pela própria Polícia Federal e pelo Grupo de
Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) após a revelação
do esquema pelo programa Fantástico, da Rede Globo, na estreia do quadro “Cadê
o dinheiro que tava aqui?”, em novembro de 2014.
De
acordo com a documentação, o processo foi aberto desde o dia 2 de fevereiro
daquele ano, após o Relatório de Inteligência Financeira n.º 11595, encaminhado pelo COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) à
PRR - 1ª Região, apontar as movimentações financeiras atípicas
perpetradas por Eduardo Braide. Atualmente, os autos se encontram na 5ª Câmara
do Tribunal Regional Federal (TRF) 1ª Região, no Distrito Federal, em Brasília,
responsável por casos de combate à corrupção e crimes de responsabilidade.
O inquérito
é conduzido pela Polícia Federal, que requisitou ao presidente da PRR - 1ª
Região, procurador Ronaldo Meira de Vasconcelos Albo, o prazo de mais 90 dias
para concluir as investigações. Como além de Eduardo Braide há diversos
outros investigados, no dia 20 de abril deste ano, o procurador-chefe autorizou
à PF que possa indicar a necessidade de desmembramento das investigações,
para apurar evento por evento, isto é, como o esquema atuou em cada município
em que roubou dinheiro público da educação e da saúde.
Em
outro documento, datado do último dia 5, Ronaldo Albo informa que, em
decorrência das eleições municipais [já que Eduardo Braide concorre ao cargo de
prefeito, assim como outros envolvidos concorreram à reeleição — tendo alguns,
inclusive, chegado a se reeleger], a Polícia Federal deve logo indicar, com
base nas investigações, quais dos investigados possuem foro privilegiado no TRF
1ª Região, bem como indicar elementos objetivos, concretos e convincentes de
participação dessas autoridades no esquema criminoso.
A
comprovação, com documentos atuais, de que Eduardo Braide é investigado pela
Polícia Federal confirma reportagem do ATUAL7 dessa terça-feira 25, que questionou o uso de certidões de “nada consta” pelo candidato do
PMN como forma de provar aos eleitores que segue uma vida pública proba.
Desde que a ligação direta de Braide com a Máfia de Anajatuba foi revelada, o prefeiturável vem ameaçando blogueiros e jornalistas de cadeia e
pagamento de indenizações, por meio de processos nas esferas penal e
cível.
Em
debates, sabatinas e entrevistas em que é convidado a participar, Braide tem
afirmado, inclusive, que as notícias de sua ligações com os cabeças e
demais integrantes da quadrilha são factoides. Há cerca de suas semanas, ele
chegou a incitar membros do Conselho Regional de Medicina (CRM) a processar
blogueiros, afirmando que as revelações de que ele empregou quase todos os
membros da organização criminosa como funcionários fantasmas em seu gabinete
seriam tentativas de difamá-lo.
Mais
cedo, por exemplo, o ATUAL7 mostrou que só Fabiano Bezerra embolsou quase R$ 840 mil como assessor-fantasma no gabinete de Eduardo
Braide e de seu pai. Em outra reportagem, ontem 26, foi mostrado que
um laranja do esquema também levou dinheiro público da AL-MA como funcionário
fantasma de Braide, mais de R$ 243 mil.
Diante
dos novos documentos que comprovam que as publicações sobre as investigações
contra ele são todas baseadas em fatos, caberá agora à Justiça
decidir quem está ao lado da verdade, se ele ou os
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