Documentos apreendidos na
Operação Rêmora também revelam “funcionária fantasma amante de Mariano”,
“superfaturamento de contratos da EMSERH” e “pagamento de propina”
Uma série de documentos apreendidos pela Polícia Federal na
residência de Antônio Aragão, presidente do Idac, durante a Operação Rêmora –
4ª Fase da Operação Sermão aos Peixes – reforça a tese de que a atuação de
Rosângela Curado (PDT), presa desde a semana passada, não cessou após sua saída
da Subsecretaria de Saúde do Maranhão.
E mais: para a PF, a pedetista tinha uma espécie de aval do
“palácio” para continuar operando, mesmo informalmente.
As constatações surgiram depois da apreensão do que os federais
denominaram “dossiê”, na casa do presidente do Idac, no meio deste ano.
São planilhas, contratos, extratos de pagamentos, que também
serviram de base para corroborar o pedido de prorrogação das prisões de
cinco dos 17 presos temporariamente na semana passada (saiba mais).
“Os trechos colacionados na representação revelam que as
informações existentes no referido ‘dossiê’ são graves e guardam pertinência
com os fatos investigados”, destaca a juíza Paula Souza Moraes, da 1ª Vara
Criminal da Justiça Federal no Maranhão.
O “dossiê” foi anexado ao processo da Operação Pegadores.
Segundo a magistrada, os dados contidos nos documentos foram confirmados por
Antônio Aragão em depoimento, reiterando-se as suspeitas de que Curado e
Mariano de Castro Silva – então assessor especial da Rede de Assistência à
Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (SES) – tinham posição de destaque no
esquema.
“Há informações sobre funcionária fantasma amante de MARIANO,
pagamento de propina, superfaturamento de contratos da EMSERH, empresa de
exames laboratoriais de fachada que recebe dinheiro público sem realizar os
respectivos serviços, menção a suposta autorização do ‘palácio’ à (sic)
ROSÂNGELA CURADO, para que ela ficasse responsável pela AME/CEMESP Imperatriz”,
relatou a juíza do caso.
Atuação
Segundo contou Aragão durante seu interrogatório, a Rosângela
Curado, ao lado de Mariano de Castro Silva, caberia indicar as empresas que
seriam contratadas pelo Centro de Medicina Especializada (AME/Cemesp) de
Imperatriz, base eleitoral da pedetista.
Era dessas empresas, afirma a PF, que escovam-se recursos
públicos para as contas de pessoas envolvidas no esquema.
“Ou seja, ROSÂNGELA faria a gestão da unidade, mesmo sem ocupar
qualquer cargo público, o que o investigado chamou de ‘quarteirização’. ANTÔNIO
ARAGÃO completa, ainda, dizendo que a gestão daquela unidade foi repassada para
ROSÂNGELA e que ele, como gestor do IDAC, seria mero repassador de pagamentos”,
segue Paula Moraes em seu despacho.
A PF cita, também, notas fiscais da AME/Cemesp – apreendidas na
residência de Curado em Imperatirz – atestando a prestação de serviços da
EMCONSUMA, empresa de consultoria pertencente à ex-subsecretária de Saúde, à
unidade hospitalar estadual.
“Caso confirmadas as informações coletadas, ROSÂNGELA CURADO
estaria a figurar, ao mesmo tempo, como gestora da unidade de saúde e
beneficiária de recursos na condição de prestadora de serviços, a um só tempo”,
completa a magistrada.
Outro
lado
A
Secretaria de Estado da Saúde (SES) informa que, desde o início, se coloca à
disposição da Polícia Federal para quaisquer esclarecimentos, e aguarda a lista
de quem seriam os funcionários envolvidos. Rosângela Curado atuava como
prestadora de serviços no Centro de Medicina Especializada (Cemesp), em
Imperatriz, e recebia a contraprestação decorrente desta tarefa.
Do blog do Gilberto Léda
Nenhum comentário:
Postar um comentário