Apenas o ISMC, da sogra do médico
Mariano de Castro Silva, recebeu mais de R$ 1 milhão da SES logo após a Emsher
substituir o IDAC
“Os pagamentos às
empresas de fachada em nada foram afetados pela Operação Rêmora”. A afirmação é do Ministério da Transparência
e Controladoria-Geral da União (CGU), no bojo da Operação Pegadores, deflagrada
pela força-tarefa da Sermão aos Peixes na semana passada, com o objetivo de
tentar finalmente desbaratar uma organização criminosa que desviou mais de R$
18 milhões dos recursos da saúde apenas no governo Flávio Dino, do PCdoB.
De acordo com
a juíza federal Paula Souza Moraes, da 1ª Vara Criminal da Justiça Federal
no Maranhão, este foi um dos motivos que levaram a magistrada a deferir o
pedido feito pela Polícia Federal de prorrogação das prisões temporárias de
pelos cinco dos 17 presos pela PF durante a operação.
“O mais grave
de todos os elementos de provas descobertos diz respeito às informações obtidas
pela CGU, que constituem fortes indícios de que o esquema de desvio de recursos
públicos permanece mesmo após o encerramento do contrato entre a SES e o IDAC,
isto é, mesmo após o rompimento do modelo de administração gerencial por meio
de entidades do Terceiro Setor e a assunção da gestão hospitalar pela Emsher”,
ressaltou a magistrada.
O documento
mostra partes do material colhido pela CGU, dentre eles o material contábil que
aponta para a existência de pagamentos para a empresa de fachada instituto
de Serviços Médicos e Consultoria Ltda (ISMC), criada em março de 2015.
Comandada por
Ideide Lopes de Azevedo, uma das investigadas que teve prorrogada a prisão temporária,
a empresa foi responsável, segundo a Polícia Federal, por substituir a ex-sorveteria O.R.C Gestão e Serviços Médicos Ltda no
repasse de valores a integrantes da organização criminosa. A revelação foi feita pelo Blog do Gilberto Léda.
Somente nos
meses de agosto e setembro deste ano, segundo a CGU, a ISMC recebeu mais
de R$ 1 milhão da Emsher (Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares),
que substituiu o IDAC (Instituto de Desenvolvimento e Apoio à Cidadania)
justamente para — pelo menos de acordo com o havia prometido o governador
Flávio Dino e o secretário estadual de Saúde Carlos Lula — estancar os desvios
de dinheiro público.
Ideide, como
mostra o documento, é sogra do médico médico Mariano de Castro Silva, assessor
especial da Rede de Assistência à Saúde da SES.
Fortemente
ligado ao presidente e ao vice-presidente da Assembleia Legislativa do
Maranhão, deputados Humberto Coutinho (PDT) e Othelino Neto (PCdoB), ele também
teve a prisão temporária prorrogada pela Justiça Federal.
Fonte: Atual 7
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