O
pastor Silas Malafaia foi alvo de mandado de condução coercitiva no âmbito da
Operação Timóteo, deflagrada na manhã desta sexta-feira (16), pela Polícia
Federal. O líder evangélico é suspeito de envolvimento em um milionário
escândalo de fraude e lavagem de dinheiro.
O
diretor do DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral), Marco Antonio Valadares
Moreira, e a mulher dele foram presos pela PF.
Segundo
a PF, Malafaia teria “emprestado” contas correntes da igreja para ocultar
valores desviados em um esquema de corrupção em cobranças judiciais de
royalties da exploração mineral.
Em
posts no Twitter, o religioso afirmou ter recebido uma “oferta de cem mil reais
de um membro da igreja” de um outro pastor, que seria seu amigo. “Não sei o não
conheço o que ele faz”, completou Malafaia.
O
cheque teria sido depositado pelo próprio beneficiário em sua conta corrente.
“Por causa disso sou ladrão? Sou corrupto? Recebo ofertas de inúmeras pessoas.”
Malafaia
afirmou que está em São Paulo e vai se apresentar à PF na cidade.
Dívidas
Malafaia
esteve atolado em renegociações de dívidas da igreja, enfrentou uma queda
brutal nas vendas de seus livros e de sua editora, além de uma tal redução nas
colaborações (dízimos) que ele já via ameaçada a continuidade de sua
congregação.
Pelo
menos é isso que esse milionário empresário e pregador ,
citado pela “Forbes” em 2013, dizia ao seu círculo mais
próximo dentro da congregação Vitória em Cristo, igreja que ele comanda e que
conta com cerca de 10 mil membros (a igreja diz que são 13 mil).
Segundo
Malafaia, por causa da crise financeira que o Brasil vem atravessando nos últimos
tempos, estava faltando dinheiro para pagar aluguéis, fornecedores e muito
menos o caro horário que alugava na RedeTV!.
O
atraso no pagamento chegou a fazê-lo perder temporariamente o programa na
RedeTV, retomado após renegociação.
Em
crise, o pastor iniciou uma campanha para arrecadar mais fundos junto aos
fiéis. “Ajude a espalhar a nossa palavra”, bradava ao público, insistindo por
doações para manter a custosa “televangelização” (ele também tem um horário
dominical na Band).
O esquema
A
PF informou que o diretor do DNPM, em posse de informações privilegiadas a
respeito de dívidas de royalties, oferecia os serviços de dois escritórios de
advocacia e uma empresa de consultoria a municípios com créditos de CFEM
(Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais) junto a empresas
de exploração mineral.
O
esquema se dividira em ao menos quatro grandes núcleos: o núcleo captador,
formado pelo diretor do DNPM e sua mulher, procurava os prefeitos interessados;
o núcleo operacional, composto por escritórios de advocacia e uma empresa de
consultoria em nome da mulher do diretor, que repassava valores indevidos a
agentes públicos; o núcleo político, formado por políticos e servidores
responsáveis pela contratação dos escritórios de advocacia; e o núcleo
colaborador, que se responsabilizava por auxiliar na ocultação e dissimulação
do dinheiro — sobre o qual Malafaia teria informações a prestar.
Fonte: Pragmatismo Político
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