Por: Robert Lobato
“Fazer uma revolução
democrática burguesa, com 300 anos de defasagem. Ou seja, garantir o
cumprimento da lei, dos contratos, incentivar os investidores privados.
Novas formas de organização do Estado que contemplem a participação
popular, mas que permitam também o desenvolvimento daqueles que querem
empreender, investir, que venham para o Maranhão, acreditem no nosso
porto, na nossa infraestrutura. Qualificar os recursos humanos.
Desenvolver o Maranhão como o PC do B defende desenvolver o Brasil, de modo
soberano, independente, com ciência, tecnologia. Não há incoerência entre
aquilo que vamos fazer no Maranhão e aquilo que o meu partido acredita.”
As palavras acima é uma resposta dada por Flávio Dino,
então recém-governador eleito do Maranhão, a um longa entrevista ao site
da Folha de São Paulo, em novembro de 2014.
A pergunta era se o comunista iria implantar o capitalismo no
Maranhão.
Passados dois anos da entrevista (reveja aqui) não há
sinais nem de longe de que o Maranhão vive uma “revolução democrática
burguesa”. Pelo contrário: há uma certa vergonha no trato com o capital privado
que beira o preconceito.
É como se as convicções ideológicas do governador fossem mais
fortes que a sua vontade fazer a tal revolução prometida ao jornalista da
Folha.
Semanas atrás saiu num jornal de São Luis, que o Governo do
Maranhão teria sido responsável pela quebra de mais de 9 mil empresas. O motivo
oficial seria irregularidades fiscais das empresas junto à Fazenda Estadual
que, aliás, com ajuda do Ministério Público, descadeou uma operação para apurar
maracutaias fiscais que teriam lesados o Tesouro maranhense em milhões de
reais.
O caso ficou conhecido na imprensa local como “Máfia da Sefaz” –
entre empresas envolvidas estava o Grupo Mateus, mas nada passou de mero
engano, tanto que o maior gerador de ICMS do estado Maranhão é agora o
principal patrocinador do “Réveillon de Todos 2017”, do Governo do Estado.
Há tempos que o Blog do Robert Lobato defende essa ideia de implantar o capitalismo no Maranhão em
postagens ao longo da sua existência desta página. Tanto que chegou a
elogiar a declaração de Flávio Dino nesse sentido.
Contudo, infelizmente, o mundo real está longe do discurso do
governador.
Um exemplo é o projeto que cria Zona de Exportação do Maranhão
(ZEMA), de autoria do senador Roberto Rocha (PSB) que tem sido solenemente
ignorado pelo governador maranhense. Aliás, o projeto chegou a ser apresentado
pelo senador no Palácio dos Leões e sequer o chefe do executivo estadual teve
ao menos a coragem ou gentiliza protocolar de fazer uma pergunta sequer ao
final da apresentação do projeto.
Esse é só um exemplo do “compromisso” de Flávio Dino com a
“revolução democrática burguesa” no Maranhão.
Não vou nem falar sobre outros empreendimentos que cruzam uma
verdadeira via sacra burocrática em órgãos como Secretaria
de Fazenda e a do Meio Ambiente para conseguir documentos diversos.
O fato é que lá se vai mais um ano de governo da “mudança” e
nada da chegada do capitalismo tardio no nosso estado.
A não ser para alguns poucos novos ricos.
Mas isso é assunto para outra postagem.
No ano que vem.
Até lá.
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