Por? Gilberto Léda
O Partido Comunista do
Brasil (PCdoB), comandado no Maranhão pelo secretário de Estado de Comunicação
e Articulação Política, Marcio Jerry, tem ampliado os seus espaços no Governo
Flávio Dino (PCdoB) nos últimos meses.
E como
reflexo direto deste movimento, partidos que compõem a base da administração
comunista acabaram neutralizados e/ou com redução de força na máquina pública.
Na estrutura
que deu início ao Governo, o PCdoB era ‘dono’ apenas da Secretaria de Estado da
Infraestrutura, da Segurança Pública, da pasta de Assuntos Políticos, Igualdade
Racial e Secretaria da Mulher. Um ano e quatro meses depois, a sigla já ocupa
também a Secretaria de Estado da Educação, a Secretaria de Estado da Saúde, e a
Comissão Central de Licitação (CCL), pastas que ditam os rumos da administração
estadual.
E foi
justamente isso que evidenciou o aumento de força da legenda na estrutura do
primeiro escalão do Governo Flávio Dino.
No início do
mês de março, Áurea Prazeres foi substituída por Flávio Dino pelo hoje
secretário de Educação, Felipe Camarão. Felipe não é filiado ao partido, mas
foi a cúpula do PCdoB quem defendeu a nomeação dele, que desde então passou a
ser tratado como parte da cota pessoal de Dino.
A troca de
secretários, na ocasião, acabou abrindo uma crise no Governo com o PDT,
comandado pelo deputado federal Weverton Rocha, uma vez que Áurea Prazeres
havia sido indicada pelo comando estadual da legenda em 2015.
Antes de
deixar a Educação, Prazeres acabou entrando em conflito com a direção do PDT e
rompeu com Weverton Rocha. O partido passou então a pressionar o governador
Flávio Dino para que houvesse a substituição da secretária.
Dino
substituiu Áurea, mas não atendeu as exigências do PDT. A legenda perdeu
espaços.
Saúde
Na semana
passada o PCdoB ampliou ainda mais a sua base na administração estadual. O
médico Marcos Pacheco, filiado ao PDT – mas que não pertencia à cota do partido
-, foi exonerado do cargo. No lugar dele, entrou o advogado Carlos Lula,
consultor legislativo da Assembleia Legislativa do Maranhão.
Lula não é
filiado ao partido, mas trata-se de um “comunista orgânico”. Atuou como
advogado da legenda e do governador Flávio Dino nas últimas duas campanhas
eleitorais e se manteve ligado ao projeto de poder comunista. É visto portanto,
como cota do partido no primeiro escalão do Governo do Estado.
PDT
e PCdoB ampliam disputas em municípios
Apesar de
tecnicamente os partidos PDT e PCdoB trabalharem em prol da reeleição do
prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT) em São Luís, a disputa entre os dois
partidos apenas se amplia em alguns dos maiores colégios eleitorais do
Maranhão, para as eleições municipais 2016.
Em
Imperatriz, por exemplo, o PDT defende a candidatura da suplente de deputada
federal Rosângela Curado, enquanto o PCdoB, do governador Flávio Dino, trabalha
pela eleição do deputado estadual Marco Aurélio, vice-líder do Governo na
Assembleia Legislativa.
Em Paço do
Lumiar, na Região Metropolitana de São Luís, o PDT trabalha pela reeleição do
prefeito Josemar Sobreiro. Já o PCdoB, defende a pré-candidatura do ex-deputado
federal Domingos Dutra.
Na
administração municipal em São Luís, a disputa – velada -, é por ampliação de
espaços. O PCdoB atuou, nos três primeiros anos da gestão de Edivaldo, como o
partido de maior influência no primeiro escalão.
O cenário,
contudo, mudou. Edivaldo foi convencido por Weverton Rocha a deixar o PTC,
partido pelo qual foi eleito, e ingressar nas fileiras do PDT em novembro do
ano passado. Desde então, a legenda passou a ditar os rumos da administração e
o PCdoB acabou diminuído.
Na prática,
há outra constatação feita por nos bastidores. O governador Flávio Dino, deixou
de atuar como o principal articulador de uma eventual reeleição de Edivaldo.
Weverton Rocha assumiu esse papel.
E todo esse
movimento tem influência direta no projeto político, de ambos os lados, para as
eleições de 2018 no estado.
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