quarta-feira, 13 de abril de 2016

O IMPEACHMENT E SARNEY.

Por: Robert Lobato

A residência do ex-presidente José Sarney talvez seja o endereço mais visitado pela elite da política brasileira concentrada em Brasília. É uma verdadeira “procissão” de políticos e autoridades públicas dos três poderes da República,
Em apenas uma única semana, recentemente, por lá passaram de Lula à cúpula do PMDB (leia-se: Michel Temer, Renan Calheiros, Romero Jucá, Eunício Oliveira etc); ministros Jacques Wagner, Ricardo Berzoini e por aí vai. Até a presidente Dilma já costuma “despachar” com o velho politico maranhense em sua residência na capital federal.
José Sarney é uma espécie de consultor informal da República. E não é pra menos, pois talvez seja o político vivo com maior experiência, conhecimento e vivência em questões nacionais, principalmente quando o assunto é crise politica e institucional como essa que o Brasil atravessa. “Quando estava na presidência do Senado tinha até mais um pouco sossego do que agora sem mandato”, disse Sarney, no mês passado, ao Blog do Robert Lobato fingindo contrariedade com o ritmo das agendas.
Ex-deputado federal, ex-governador, ex-senador, ex-presidente do Congresso e ex-presidente da República, Sarney foi sujeito ativo da história brasileira nos principais acontecimentos do país nas últimas seis décadas. Viu de perto e por dentro todos os bons e maus momentos da vida nacional, incluindo o período militar e o processo de democratização nos anos 80, cujo papel foi decisivo para consolidação da nossa democracia.
E na atual conjuntura em que o Brasil está divido ao meio, as diferentes força políticas voltam a procurar o Sarney para ajudar numa saída dessa crise, mas parece que nem mesmo ele consegue arriscar qual o rumo para o Brasil voltar à normalidade política. Ou talvez não queira arriscar.
Não sendo muito simpático a Dilma, Sarney foi um dos que primeiro defendeu a ida de Lula para a Casa Civil como forma de reorganizar politicamente o governo petista. Mas advertiu: “só dará certo se você assumir as rédeas do poder”. Lula entendeu o recado e foi isso que o animou para assumir o quanto antes a chefia da Casa Civil do Governo Federal.
Mas, enfim, Sarney apoia ou não o impeachment da presidente Dilma?
Bom, penso que o líder peemedebista não é nem a favor e nem contra. Até porque, seja qual for o desfecho do processo de impeachment, e seja quem estiver no comando do Palácio do Planalto, lá estará José Sarney com a mesma disposição de ouvir quem lhe procurar na sua confortável residência em Brasília.
“Sarney tem história para que não seja tratado como uma pessoa comum”.
Luis Inácio falou.

E se ele falou, tá falado.

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