Por: Robert Lobato
A residência do
ex-presidente José Sarney talvez seja o endereço mais visitado pela
elite da política brasileira concentrada em Brasília. É uma
verdadeira “procissão” de políticos e autoridades públicas dos três poderes da
República,
Em apenas uma única
semana, recentemente, por lá passaram de Lula à cúpula do PMDB (leia-se:
Michel Temer, Renan Calheiros, Romero Jucá, Eunício Oliveira etc); ministros
Jacques Wagner, Ricardo Berzoini e por aí vai. Até a presidente Dilma já
costuma “despachar” com o velho politico maranhense em sua residência na
capital federal.
José Sarney é uma
espécie de consultor informal da República. E não é pra menos, pois talvez seja
o político vivo com maior experiência, conhecimento e vivência em
questões nacionais, principalmente quando o assunto é crise politica e
institucional como essa que o Brasil atravessa. “Quando estava na presidência do
Senado tinha até mais um pouco sossego do que agora sem mandato”, disse Sarney, no mês passado, ao Blog do Robert Lobato fingindo contrariedade com o ritmo
das agendas.
Ex-deputado federal,
ex-governador, ex-senador, ex-presidente do Congresso e ex-presidente da
República, Sarney foi sujeito ativo da história brasileira nos principais
acontecimentos do país nas últimas seis décadas. Viu de perto e por dentro
todos os bons e maus momentos da vida nacional, incluindo o período
militar e o processo de democratização nos anos 80, cujo papel foi decisivo
para consolidação da nossa democracia.
E na atual
conjuntura em que o Brasil está divido ao meio, as diferentes força políticas
voltam a procurar o Sarney para ajudar numa saída dessa crise, mas
parece que nem mesmo ele consegue arriscar qual o rumo para o Brasil voltar à
normalidade política. Ou talvez não queira arriscar.
Não sendo muito
simpático a Dilma, Sarney foi um dos que primeiro defendeu a ida de Lula para a
Casa Civil como forma de reorganizar politicamente o governo petista. Mas
advertiu: “só
dará certo se você assumir as rédeas do poder”. Lula
entendeu o recado e foi isso que o animou para assumir o quanto antes a chefia
da Casa Civil do Governo Federal.
Mas, enfim, Sarney apoia
ou não o impeachment da presidente Dilma?
Bom, penso que o líder
peemedebista não é nem a favor e nem contra. Até porque, seja qual for o
desfecho do processo de impeachment, e seja quem estiver no comando do Palácio
do Planalto, lá estará José Sarney com a mesma disposição de ouvir quem lhe
procurar na sua confortável residência em Brasília.
“Sarney tem história para que não seja tratado como
uma pessoa comum”.
Luis Inácio falou.
E se ele falou, tá
falado.
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