Alguns motivos para ninguém mais acreditar na mudança
Uma tropa de choque começou a invadir este Blog tecendo os mais exagerados elogios ao prefeito de São Luís e aniversariante de hoje (1), Edivaldo Holanda Júnior. Na mesma proporção, esta página tem sido alvo de ameaças covardes, de comentaristas anônimos que escrevem em um português tortuoso, repetindo frases intanguidas próprias de quem não consegue ir além da fase 1 do raciocínio e da percepção. Concluo que deve ser obra de fanáticos ou de pessoas contratadas pelas centenas de subempregos gerados pela época de eleição.
Perderei alguns minutos preciosos para esclarecer que nada tenho contra o prefeito de São Luís, o qual já alcunhei de “prefeitinho” e “fofo”, dada ao seu semblante meigo. Se acreditasse em signos diria até que Holandinha parece ser um típico canceriano, bem ao estilo da música de Cristian e Ralf: “sensível demais, eu sou um alguém que chora com qualquer lembrança de nós dois”. Apenas lembranças restaram da promessa de mudança que ele fez aos ludovicenses.
Aproveito a data natalícia do prefeito para fazer uma lista de motivos para qualquer cidadão normal que vive e ama esta cidade tem para criticar a administração municipal.
Em menos de dois anos da gestão atual não apenas engavetou as promessas inviáveis de campanha como cometeu os piores pecados. Apenas alguns motivos para quem tem consciência lembrar:
- Como esquecer o caso do contrato de R$ 1.318.922,40 (um milhão, trezentos e dezoito mil, novecentos e vinte dois reais e quarenta centavos), pagos mensalmente à CONSULTRANS – Consultoria Especializada LTDA pela SMTT? A empresa usava um telefone da Prefeitura, funcionava no prédio da SMTT e usa funcionários do Município. E além de não pagar nenhum centavo de energia, água, material e pessoal, o proprietário da empresa ainda exerce a função de gerente de transporte, cargo que nunca foi criado e que não existe na estrutura da SMTT.
_ E o protesto de 21 de março, dia em que São Luís parou? Revoltados com o caótico sistema de transportes da capital, um grupo de usuários dos coletivos públicos iniciou uma mobilização no Terminal de Integração da Praia Grande. Com o desvio dos ônibus para outras plataformas, o grupo resolveu seguir para a Avenida Beira-Mar onde interditaram a via com pedras e galhos de árvores. A mobilização causou transtorno e filas de ônibus se formaram nas regiões vizinhas. Em pouco tempo todo o centro da cidade e áreas adjacentes, como Av. dos Portugueses e Av. dos Africanos, ficaram completamente paradas. Inconformados, eles gritavam pedindo o VLT, e o bilhete único, prometidos em campanha pelo prefeito.
De lá pra cá a cidade foi engolida por protestos diários. Gapara, Turu, Parque Vitória, Itapiracó, Forquilha, Vicente Fialho e Coroadinho são apenas exemplos, dentre as centenas de bairros que já se revoltou contra o prefeito pela péssima infraestrutura das ruas – diga-se de passagem, agora asfaltados pelo Governo do Estado. O saldo das manifestações é enorme: transito parado, ônibus queimados e o prejuízo para os milhares de trabalhadores e empresários.
Além dos moradores dos bairros, pais e alunos das escolas da rede municipal já manifestaram o seu descontentamento com escolas sendo fechadas até por falta de pagamento no aluguel! E a greve dos professores? Amanhã (2) chega a 40 dias sem nenhuma aceno por parte da Prefeitura para negociação.
Depois de uma paralisação dos funcionários do Hospital Djalma Marques, o Socorrão I, em abril, seguido pela greve dos agentes de endemias por falta de pagamento e a suspensão das atividades dos ônibus a partir das 18 horas, foi a vez dos agentes da limpeza pública cruzarem os braços, deixando a capital completamente emporcalhada.
Para piorar ainda mais a situação, a chegada das chuvas castigou a cidade com enchentes e inundações, culminando em duas mortes e centenas de famílias desabrigadas.
Mas as “maravilhas” em São Luís não pararam por aí. A greve dos rodoviários, que começou no mês de maio e terminou 16 dias depois, atrapalhou a vida de cerca de 700 mil usuários que dependem dos coletivos. O resultado foi um aumento de R$ 0,30 no preço das passagens da capital e o final da “domingueira”, que abaixava pela metade o preço das tarifas aos domingos.
Por fim, relembramos os fatos mais recentes, entre eles o combalido sistema municipal de saúde que agoniza na atual gestão. A justiça chegou a interditar dois grandes centros de saúde, o Hospital Dr. Odorico Amaral de Mattos, o Hospital da Criança, na Alemanha e o Hospital Clementino Moura, o Socorrão II, na área Itaqui Bacanga. O Ministério Público ajuizou ação por conta das irregularidades nos procedimentos hospitalares, contaminação dos pacientes, falhas nas incubadoras e respiradores, falta de material hospitalar e higiene.
E ainda há quem finja que tudo isso não é motivo para a indignação e para que nunca mais se caia no conto do vigário da “mudança”!
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