Luiz Gonzaga terá, dentre outras funções, o
poder de decidir se pede ou não ao TJ-MA autorização para investigar os
deputados Andrea Murad e Sousa Neto
O novo chefe da Procuradoria Geral de Justiça, Luiz Gonzaga Martins Coelho, durante a votação para o comando da PGJ |
Por: Yuri Almeida
O governador Flávio Dino (PCdoB)
decidiu, nesta segunda-feira 30, nomear o segundo colocado na lista tríplice do
Ministério Público para ocupar o cargo de procurador-geral de Justiça do
Estado, para o biênio 2016/2018. Luís Gonzaga Martins Coelho recebeu 183 votos
na eleição entre procuradores e promotores, 29 a menos que o primeiro colocado,
José Augusto Cutrim Gomes.
Embora o chefe do Executivo tenha
a prerrogativa de nomear para a chefia da Procuradoria Geral de
Justiça (PGJ) qualquer um dos três nomes da lista,
era esperado que o mais votado fosse escolhido.Em entrevista ao ATUAL7, o próprio promotor
Augusto Cutrim declarou acreditar que Dino, “em respeito a campanha nacional
em favor da democracia”, fosse nomeá-lo.
“Estamos aguardando a posição do
governador como democrata que é, na espera que ele escolha o mais votado, em
respeito a campanha nacional em favor da democracia. Acredito que ele vá
decidir pelo mais votado, principalmente por ser um homem justo e que respeita
a democracia”, afirmou.
Contudo, logo depois da eleição
interna, realizada no último dia 16, Flávio Dino já havia iniciado as
articulações em favor de Luiz Gonzaga, como forma de reverter a derrota sofrida
no pleito. O governador esperava que o promotor Marco Aurélio Barros,
seu colega de classe no antigo Maristas e na Universidade Federal do Maranhão
(Ufma), conseguisse a proeza de aparecer na lista tríplice, mas Barros acabou a
eleição como o menos votado, ficando na quarta colocação com apenas 126 votos.
Bastidores
O ATUAL7 já havia revelado há duas
semanas que o governador do Maranhão travava uma queda de braço com seu
secretário de Comunicação e Articulação Política, Márcio Jerry Barroso.
Enquanto Dino trabalhava pela indicação de Gonzaga, Jerry insistia para que o governador nomeasse Augusto Cutrim,
por ter sido ele o mais votado.
Flávio Dino levou 14 dias, desde
que recebeu a lista tríplice, para escolher o novo mandatário do MP maranhense.
O prazo máximo era de 15 dias. A demora na escolha ocorreu porque o
governador ainda não havia encontrado uma boa desculpa para nomear Gonzaga sem
se indispor com os procuradores e promotores do Maranhão. A justificava
encontrada por Dino, e declarada por ele nas redes sociais, é a de que foi
considerada “a importante ênfase atribuída pelo promotor Gonzaga ao combate à
corrupção e à luta jurídica em favor de uma educação melhor”.
Como novo chefe da PGJ, Luiz
Gonzaga terá a responsabilidade de, dentre outras funções, decidir se
pede ou não ao Tribunal de Justiça do Maranhão autorização para investigar os
deputados de oposição ao governo, Andrea Murad (PMDB) e Sousa Neto (Pros).
Ontem 29, o ATUAL7 revelou que
a Superintendência Estadual de Prevenção e Combate à Corrupção (Seccor),
vinculada a Polícia Civil, pediu ao TJ-MA autorização para iniciar uma
investigação contra os dois parlamentares, mas o pedido foi
negado pelo pleno da Corte por falta de competência da Seccor para investigar
supostas condutas ilícitas atribuídas a autoridades que possuem foro por
prerrogativa de função.
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