Por: Ribamar Côrrea
Na semana passada, mais precisamente
na sexta-feira (19), navegadores das redes sociais se depararam com um vídeo em
que o prefeito Edivaldo Jr. (PDT) faz um surpreendente e, ao mesmo tempo,
desconcertante desabafo, numa reação ao factóide de que estaria “sumido”.
Pedindo permissão para ter uma “conversa muito franca” com seus acompanhantes
virtuais, o prefeito de São Luís externou, de maneira enfática, sua indignação
contra “políticos profissionais e seus grupos organizados”, os quais, segundo
afirmou, “vêm divulgando informações mentirosas” visando atingi-lo com “boatos
disfarçados de informação”. Visivelmente incomodado, o prefeito de São Luís
assinala que “ora dizem que estou ausente da Prefeitura, ora que estou ausente
dos bairros”. E depois de alguns petardos indignados, afirma que para trabalhar
não precisa estar na mídia e que não foi eleito para fazer “proselitismo
político”. Lembra que as fortes chuvas que “castigaram” São Luís nos últimos
meses o impediram de realizar obras importantes, pois não poderia “jogar o
dinheiro público pelo ralo”, dando a entender que as obras estão a caminho. E
fecha o vídeo sugerindo que os “oportunistas de plantão” desçam do palanque.
O
prefeito Edivaldo Jr. tem, claro, todo direito de reagir aos factóides gerados
pelos estragos feitos pelo “dilúvio” que se abateu sobre a Capital e tornou
caótica uma situação que já vinha caminhando nessa direção. É perfeitamente
compreensível que ele realmente tenha se negado a fazer consertos em buracos
para vê-los abertos de novo na chuva seguinte. Mas como chefe de Governo
reeleito com base no pressuposto de que dialoga com a sociedade, deve ter a
compreensão de que a cobrança por obras de restauração da malha viária é
perfeitamente normal e justa – nenhum argumento justificará, por exemplo, o
estado em que se encontra a avenida principal da Cidade Operária. E sabe que o
factóide do “sumiço” não é mais que uma provocação de adversários interessados
em trazê-lo para o campo de batalha político, apostando num confronto
desgastante para ele, sua gestão e seu grupo político.
De
longe o quadro mais bem sucedido da novíssima geração de políticos do Maranhão,
o prefeito de São Luís é dotado de inteligência privilegiada e de um raro senso
de oportunidade numa seara em que muitos patinam e poucos avançam. Dispõe,
portanto, de todos os recursos necessários para construir uma relação mais
direta com a população, e para estabelecer uma rotina bem ajustada com a
imprensa. Isso porque, ao contrário do que diz, Edivaldo Jr. é político antes
de ser gestor, pois se fosse diferente, não seria hoje o titular da cadeira
principal do Palácio de la Ravardière, não estaria fazendo projeções ousadas em
relação ao futuro e já pensando cuidadosamente no próximo passo que dará
através das urnas.
Ao
reagir enfaticamente aos “oportunistas de plantão” que, segundo ele, espalham o
factóide do seu “sumiço”, o prefeito Edivaldo Jr. dá uma demonstração clara de
que se preocupa com a sua imagem e de mostrar que sua gestão tem comando. No
seu desabafo, ele sinaliza que está se preparando para reverter o quadro que
está infernizando a vida do agora indócil contribuinte ludovicense
comprometendo seriamente a mobilidade urbana. Para tanto, já conta com o
programa Mais Asfalto, por meio de parceria já acertada com o governador Flávio
Dino (PCdoB). Nos bastidores políticos corre que o prefeito de São Luís já
teria dado os ajustes finais num pacote de ações que transformará São Luís num
gigantesco canteiro de obras.
Não
será surpresa se os rumores se confirmarem. Até porque, de agora por diante, o
político Edivaldo Jr. vai cobrar ação redobrada do gestor Edivaldo Jr., pelo
simples fato de que o desempenho do Governo municipal terá peso decisivo nas
eleições decisivas do ano que vem, nas quais seu grupo tem como projeto maior a
reeleição do governador Flávio Dino e a eleição do deputado federal Weverton
Rocha (PDT) para o Senado. Meta que, se alcançada, desenhará também, e com
nitidez, o futuro do político Edivaldo Jr.
Nenhum comentário:
Postar um comentário