Todos são PMs cedidos pelo Comando para a
Assembleia. Eles foram identificados como Major Diógenes e Sargento Vasconcelos
O editor do ATUAL7,
Yuri Almeida, foi expulso da sala de Recursos Humanos da Assembleia Legislativa
do Estado do Maranhão, na tarde desta segunda-feira 27, durante investigação
sobre a existência de fantasmas na Casa. A ação foi feita por seguranças
da AL-MA, que foram chamados para abordar o blogueiro ainda dentro do setor.
Almeida aguardava
atendimento por parte do diretor-geral do RH da Assembleia
Legislativa, Eduardo Pinheiro Ribeiro, sobre a sua adjunta no RH,
a advogada Luana Saboia Almeida. Nomeada na Casa, na gestão do
presidente Humberto Coutinho (PDT), desde fevereiro do ano passado, Luana recebe quase R$ 10 mil por mês sem precisar ir
trabalhar. Ela é filha do desembargador Luiz Gonzaga de Almeida
Filho.
Há cerca de um mês,
o ATUAL7 vem revelando quem são os fantasmas da AL-MA e como a Casa vem
manobrando para ser desobrigada de forneçer à Justiça a relação completa de todos os
deputados estaduais e servidores (efetivos, comissionados,
contratados e requisitados) lotados na Casa, com indicação de cargo,
remuneração do mês de maio deste ano (inclusive verba de gabinete e eventuais
vantagens) e lotação.
Atentado à Liberdade de Imprensa e Informação
Ao chegar na sala
do RH, o editor do ATUAL7 identificou-se, informou que estava produzindo
uma reportagem sobre os fantasmas da AL-MA, e pediu para falar com Luana Saboia
Almeida, por ela ter sido apontada como uma das centenas de funcionárias
fantasmas da Assembleia Legislativa. A atendente, identificada apenas como
Alice, inicialmente disse que não poderia dar nenhuma informação a respeito de
servidores, mas logo depois mudou a versão e informou que havia uma Luana
trabalhando no setor, mas não soube informar quem era, que horas pode ser
encontrada e nem o que faz.
Um outra pessoa do
RH, não identificada, foi chamada. Esta, porém, afirmou que não daria qualquer
informação até saber quem estava passando informações sobre a existência
de fantasmas na AL-MA. Alertada de que estava negando informações públicas,
ela informou que iria chamar o diretor do RH, e que somente ele
poderia passar as informações solicitadas.
Minutos depois
de espera, dois seguranças da Casa, identificados como Major Diógenes
Azevedo (foto acima) e Sargento Vasconcelos, acompanhados de uma segurança
ainda não identificada, chegaram na sala perguntando "quem era". O
editor do ATUAL7 foi então apontado pelas duas pessoas do RH, e ordenado
pelo Major Diógenes e pelo Sargento Vasconcelos a se retirar do local. Ao
questionar o porque da ordem e quem a havia determinado, o Major Diógenes
respondeu que o blogueiro não poderia chegar no RH fazendo "aquele tipo de
pergunta" e que só poderia entrar na AL-MA após se identificar no setor de
Segurança. Os seguranças passaram então ameaçar o blogueiro para que saísse do
local, do contrário seria retirado a força.
Ciente do atentado
grave contra a liberdade de imprensa e de informação, Yuri Almeida avisou aos
seguranças que eles estavam agindo em abuso de autoridade, e pediu que eles
parecem de ameaçá-lo e gritar com ele. Alterado, o major Diógenes Azevedo aumentou
ainda mais a voz e passou a perguntar se Almeida o estava ameaçando. O
blogueiro informou que não era ameaça, mas um pedido para que o respeitasse e
não alterasse a voz, pois ele estava no local apenas fazendo o seu trabalho. O
major disse que iria continuar falando do mesmo jeito, pois quem dava as
ordens ali era ele.
Neste momento, as
duas funcionárias do RH informaram a Yuri Almeida que ele não seria atendido
pelo diretor-geral do setor e que qualquer informação sobre servidores só
poderia ser dada pelo diretor de Comunicação da Assembleia, Carlos
Alberto. O major e o sargento, então, obrigaram Almeida a sair da sala,
alertando que ele não teria mais porque continuar no local após o
diretor Eduardo Pinheiro Ribeiro informar que não iria recebê-lo.
Ação foi registrada por câmeras
Já no corredor que
dá acesso ao RH, os seguranças ainda disseram que o blogueiro deveria
acompanhá-los, e voltaram a afirmar que Almeida só poderia voltar ao local após
autorização do setor de Segurança da Casa. A segurança ainda não identificada
disse que para ir ao local seria necessário primeiro protocolar um pedido para,
se aceito, autorizar a volta ao local.
O editor do ATUAL7
ainda se identificou, por meio de documentos, aos seguranças, e informou que
toda a ação seria denunciada ao presidente do Comitê de Imprensa da
Assembleia Legislativa, jornalista Jorge Vieira, inclusive informando os nomes
de ambos. O Sargento Vasconcelos apontou então para o crachá
funcional e disse que não temia qualquer ação, pois ele era PM.
Toda a ação foi
registrada pelas câmeras de segurança do RH e do corredor que dá acesso ao
setor, e acompanhada por pelo menos 10 servidores do Recursos Humanos. As
imagens das câmeras serão solicitadas.
Yuri Almeida ainda
tentou falar com o diretor de Comunicação, Carlos Alberto, sobre o ocorrido. No
Complexo de Comunicação da Assembleia, porém, um outro segurança informou que
não havia ninguém no local além dele. O editor do ATUAL7, que passou a ser
monitorado por todos os seguranças da Casa, ainda tentou falar com o chefe de
Segurança da AL-MA, Coronel Marco Antônio Pimentel, porém foi informado por
seus subordinados de que o coronel estaria em reunião e que não poderia
atendê-lo.
Fonte: Atual7
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