Michel Temer (PMDB), presidente interino, fez
uma série de postagens em sua conta oficial no Twitter após entrevista à
GloboNews nesta terça (21), que divulgava trechos da entrevista dada ao
jornalista Roberto D'Ávila. Quando se refere ao uso de avião pela presidenta eleita,
Dilma Rousseff, e a limitação imposta por seu governo provisório, ele afirma:
“E ademais disso, pelo que sei, a senhora presidente utiliza o avião, ou
utilizaria, para fazer campanha denunciando o golpe”.
A confissão do crime por parte de
Temer, em ato falho ou cinismo, expõe ainda mais o homem que se impôs como
“governo de salvação nacional”. Vale lembrar que em resposta ao ex-presidente
Lula, o então vice-presidente Michel Temer (PMDB) fez questão de divulgar nota
oficial em 2 de abril, portanto, antes do afastamento da presidenta Dilma
Rousseff, em que ele afirma que, exatamente por ser
"constitucionalista" pode afirmar que não há um golpe em curso no
Brasil. Temer é formado em direito e foi professor de direito constitucional.
Na entrevista, Temer foi questionado
sobre as restrições impostas contra a presidenta Dilma, "utiliza o avião,
ou utilizaria, para ir fazer campanha denunciando o golpe", que ele
classificou de "uma situação um pouco esdrúxula".
A declaração reforça ainda que a
preocupação de Temer é justamente cercear Dilma por denunciar as manobras que
atendam com o seu legítimo mandato. Ele completou seus comentários arrogantes
dizendo que "jamais faltou comida" para a presidenta.
Em outro momento, Temer finge que integrantes da cúpula do PMDB, seu partido, e braço direito de seu governo provisório, tenham sido flagrados em conversas com Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, dizendo que articulavam a aprovação do impeachment de Dilma e sua ascensão ao poder era a saída para barrar “a sangria” da Lava Jato.
Sobre o processo de afastamento de Dilma ele diz: “Eu não fiz nenhum movimento em relação a isso. E o impedimento se deu, convenhamos, até por uma maioria muito significativa".
Mas apesar de dizer que não atuou pelo golpe, disse que não pretende processar Sergio Machado, que o acusa de pedir doações oriundas de propina para a campanha de Gabriel Chalita, em 2012.
"O que ele [Machado] mais deseja
é isso. [...] Ele quer polarizar com o presidente da República. Eu não vou dar
esse valor a ele. Eu não falo para baixo", afirmou.
Ele também fez questão de fazer
elogios rasgados ao seu principal aliado no golpe, Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
acusado de manter contas no exterior com dinheiro oriundo de propina. Temer
disse que Cunha "está se defendendo como pode" e que é
"batalhador no campo político e no campo jurídico".
Temer também disse que, caso o
afastamento da presidenta eleita se confirme, pretende tomar medidas duras,
como o aumento de impostos e da idade mínima para aposentadoria.
"A questão da reforma da
Previdência. Eu acho que só poderei pleitear uma reforma da Previdência se
tiver a efetivação", disse ele. Questionado pelo jornalista se tinha
legitimidade política para fazer esses tipos de reforma, já que "as
pessoas não votaram no senhor", e Temer disse: "Votaram sim".
Roberto D’Ávila o interpelou:
"Sim, votaram, mas não sabiam que estava votando, não é?". Temer
responde: "Me permita dizer que votaram, pelo seguinte, você sabe que, vou
dizer a você concretamente, objetivamente, nós ganhamos essa eleição por 3,2
milhões de votos. Ou seja, se 1,6 milhão de votos estivessem do outro lado, nós
teríamos perdido a eleição".
Ora, Temer, o plano de governo que tenta impor ao país é diferente do plano que levou a vitória da presidenta Dilma Rousseff, e não tua. Aliás, o seu plano de governo é idêntico ao projeto do candidato derrotado, o tucano Aécio Neves (PSDB). Tanto é quue para compor o seu governo trouxe integrantes do PSDB, principalmente na equipe econômica.
Plebiscito
Sobre a proposta de plebiscito sobre
novas eleições, o “constitucionalista” Temer reforçou o seu desprezo às urnas.
Disse que consultar o povo sobre os destinos do país neste momento é não é o
útil.
“Porque, no instante em que ela
[Dilma] diz que aceita um plebiscito para eleições, é porque ela deseja voltar
para depois não governar. Não é útil porque, se vai voltar para depois convocar
eleições, então é porque não quer governar", disse Temer.
Enquanto Temer só consegue enxergar
as urnas como forma de chegar ao poder, a presidenta Dilma e demais setores
progressistas propõem o plebiscito sobre novas eleições para buscar uma saída
democrática que garanta legitimidade e legalidade.
Fonte: Jornal Vermelho
Fonte: Jornal Vermelho
Nenhum comentário:
Postar um comentário