Flávio Dino não pode nomear presidente da Junta Comercial que não seja do colegiado da autarquia
Aquiles Emir
O governador eleito, Flávio Dino (PCdoB), surpreendeu a
classe empresarial, nesta segunda-feira (24), ao anunciar, pelas redes
sociais, que o novo presidente da Junta Comercial do Maranhão (Jucema)
será o empresário Sérgio Sombra, proprietário do Foto Sombra. Ocorre que
para alguém pleitear a presidência da autarquia primeiro precisa ser
indicado vogal por um dos 14 órgãos que compõem o seu colegiado, e
depois de empossado ser submetido a uma votação, cabendo ao governador
nomear o eleito, de sua preferência ou não.Consultado esta noite sobre
qual instituição vai representar no colégio de vogais da Jucema, Sérgio
Sombra disse que ainda não sabe e ao ser confrontado com a regra para
escolha do presidente, disse que a desconhecia. Segundo ele, o seu nome
foi uma sugestão do deputado Simplício Araújo, que deverá ser o futuro
secretário de Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Sedinc).DECISÃO
ARBITRÁRIA Sérgio Sombra: nem ele sabia
Não bastasse o fato de não
integrar o corpo de vogais, Sérgio Sombra ainda terá de contar com a boa
vontade de um dos membros, para que renuncie e ceda lugar a ele. Ocorre
que a representação tem um mandato preestabelecido de quatro anos e
cabe ao membro renunciar ou não a esse direito, isto é, se nenhum quiser
sair, não haverá como ele entrar. A atual presidente, Sueline
Fernandes, por exemplo, representa a Secretaria de Desenvolvimento,
Indústria e Comércio (Sedinc) desde 2009 e está em segundo mandato como
vogal, portanto ela pode ceder ou não sua vaga, para que Sérgio Sombra
seja indicado pelo Governo do Estado. Um representante de entidade
privada também pode dar seu lugar a ele, mas aí estará contrariando a
indicação dos associados do órgão a que pertence e o elegeram.O
governador pode, sim, destituir a presidente logo no primeiro dia de
mandato, mas não pode impor um nome sem que este não pertença ao
colegiado, isto é, primeiro deve garantir a indicação do seu preferido e
usar da sua influência para que ele seja o eleito. Esta é a regra
contida na Lei 8.934/1994, que nem mesmo o decreto presidencial
1.196/1996 conseguiu modificar, já havendo, inclusive, jurisprudência
sobre o assunto.A Junta Comercial é composta por 14 instituições
governamentais e privadas, dentre elas a Sedinc, a OAB-MA, Associação
Comercial, conselhos de Economia, Administração e Contabilidade,
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Câmara dos
Dirigentes Lojistas e outros..
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