Comunista diz que não tem e nunca teve relações com doleiro preso no Maranhão
Documentos da operação Lava Jato revelam que Alberto Youssef intermediou doações para políticos e partidos políticos, em 2010
Por Atual 7
Em ‘Nota de Resposta’, a deputada federal e pré-candidata ao
Governo do Rio de Janeiro pelo PCdoB, Jandira Feghali, confirmou, nesta
quarta-feira (11), que teve sua campanha eleitoral de 2010 bancada pela
empresa UTC Engenharia S/A, empresa beneficiada no Maranhão pelo doleiro
Alberto Youssef, preso em São Luís pela Polícia Federal, no dia 17 de
abril, por suspeita de comandar um forte esquema de lavagem de dinheiro e
evasão de divisas.
Alegando porém que, na época, nenhuma suspeita pairava sobre a UTC
Engenharia, a correlegionária de Flávio Dino, pré-candidato ao Governo
do Maranhão, afirmou que os R$ 120 mil que embolsou da controladora da
Constran S/A Construções e Comércio não pode ser caracterizado como
doação ilícita, e encorporou Dino, ameaçando ir à Justiça contra quem
divulgar o recebimento do dinheiro por seu partido e comitê de campanha.
Nacionalmente ridicularizada após tentar censurar a jornalista e apresentadora Rachel Sheherazade,
Jandira Feghali demonstrou preocupação com o desgaste que as conhecidas
transações do doleiro Albert Youssef possam trazer para sua campanha no
Rio de Janeiro, e disse ainda que ‘não há, nem nunca houve, nenhuma
relação’ entre ela ‘e o principal investigado na operação Lava-Jato’.
No início da manhã dessa terça-feira (10), o Atual7
revelou que, no bojo da investigação da Polícia Federal, os nomes da
pré-candidata pelo PCdoB ao governo estadual e do candidato derrotado
para o Senado pelo PCdoB de Alagoas, Eduardo Bomfim, aparecem na lista
de políticos que receberam doações de fornecedoras da Petrobras, sob
suspeita de intermédio do doleiro preso na capital do Maranhão.
A reportagem apontou como ilícito o dinheiro recebido pelos
comunistas pelo fato da legislação eleitoral não permitir que
concessionárias de serviço público doem dinheiro para campanhas. A UTC
Engenharia, que doou o total de R$ 220 mil para a dupla do PCdoB, se
enquadra nas fontes vedadas pela Lei 9.504/97, por ter contratos com a
Petrobras para exploração de petróleo e gás.