Convenção de Flávio Dino faz ostentação e usa dezenas de ônibus da frota municipal
Um Flávio Dino esbaforido esgoelava aos presentes à convenção
partidária que homologou ontem (29) sua candidatura ao Governo do
Maranhão: “Não tem máquina, não tem dinheiro que vai conseguir nos
vencer”.
Como se sabe, Dino impressiona somente os eleitores mais ingênuos. O
evento no Sebrae Multicenter jamais poderia ter sido realizado sem uma
fábula de dinheiro, muito dinheiro. A começar pelos veículos da frota de
ônibus que atende a capital do Estado, dispostos às margens da Avenida
Luiz Eduardo Magalhães, na Jerônimo de Albuquerque, no Cohafuma e no
estacionamento do Multicenter SEBRAE. Eram centenas deles das empresas
São Benedito, 1001 Expresso, Taguatur, Primor, entre outras. Ou seja,
enquanto os ônibus estavam à disposição dos partidários, a população
padecia aguardando horas nos terminais e paradas.
Não existe na legislação eleitoral algo que proíba esse acordo,
geralmente pago pelos partidos (eu disse, geralmente) e por doadores.
Mas aqui no Maranhão e em vários outros estados do país, empresas de
ônibus costumam gentilmente financiar as campanhas eleitorais. A
conta vem depois, em troca de bônus e outras gentilezas durante a
administração do candidato eleito.
A população de São Luís bem sabe disso e não custa perguntar: agora
que a passagem de ônibus já está mais cara mesmo, por onde anda a
planilha de custo das empresas de transporte que seria divulgada?
Até hoje, ninguém sabe explicar o silêncio de Flavio Dino frente à
nebulosa relação que existe entre a Prefeitura e as empresas de
transportes coletivas que, há séculos, faturam os tubos sem investir na
melhoria do sistema de transporte pública. Licitação nem pensar! Por que
será?
Por falar em administração municipal, presente à convenção, o
prefeito de São Luís Edivaldo Holanda Júnior foi relegado ao status de
“figura decorativa” durante a convenção. Rebaixado à série C, escondido
atrás de fileiras de pavões e tucanos, Holandinha não teve voz e vez na
convenção partidária por orientações dos marqueteiros da campanha
dinista que trataram de escondê-lo. Bem diferente da governadora Roseana
Sarney que, mesmo se despedindo do cargo e sem pretensões políticas,
mostrou-se aguerrida e desenvolta em seu discurso, durante a convenção
que homologou o nome de Lobão Filho, na última quinta (27).
Não sejamos beócios, Holanda Júnior será usado apenas como trampolim
financeiro para a campanha de Dino. Nada além. Se agora não foi tratado
com nenhuma deferência especial, o que será dele se o comunista for
eleito? Até nisso está a diferença. Lobão Filho não escondeu a
governadora, que foi reconhecimento como liderança política nesta
sucessão. O mesmo dito não pode ser dito do modo como Flávio Dino trata
seus aliados.
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