segunda-feira, 21 de março de 2016

MARANHENSES NO EPICENTRO DO TERREMOTO POLÍTICO QUE DIVIDE PARTIDOS E AMEAÇA AS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS NO BRASIL!!

Por Ribamar Correia
Como aconteceu na crise que resultou no impeachment do então presidente Fernando Collor, no final de 1992, na qual a então deputada federal Roseana Sarney (PMDB) coordenou as articulações que acabaram por garantir maioria ao impedimento do chefe da Nação, o terremoto que assola o cenário politico nacional tem vários maranhenses se movimentando no seu epicentro, em condições de influenciar nas mais diversas esferas do grande embate. A Coluna fez um apanhado e chegou a 10 nomes que participam direta ou indiretamente do processo que pode encerrar a passagem da presidente Dilma Rousseff pela vida política brasileira. São eles: o governador Flávio Dino (PCdoB), o ex-presidente José Sarney (PMDB), os senadores João Alberto e Edison Lobão, ambas do PMDB, os deputados federais João Marcelo se Souza (PMDB), Weverton Rocha (PDT), Júnior Marreca (PEN) e Sarney Filho (PV) e a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB). Todos estão ligados ao processo políticos, podendo – uns mais e outros menos – influenciar para a queda ou a sobrevivência da presidente Dilma e o Governo do PT.
1 – O governador Flávio Dino (PCdoB) tem sido, entre os governadores, tem sido um dos mais ativos aliados da presidente Dilma Rousseff. Escudado pela sua liderança e credibilidade no meio político e judiciário, tem se manifestado expressa e enfaticamente, ora contra o processo de impeachment da presidente, que considera uma “insanidade”, ora criticando duramente alguns procedimentos adotados pelo Juiz Sérgio Moro na Operação Lava Jato, como a condução coercitiva do ex-presidente Lula para depor. Dino sabe os riscos políticos que corre por causa das suas posições, mas tem mantido o discurso contra o que classifica como “arbitrariedade”. Ao mesmo tempo, o governador prega um grande diálogo para que o país volte à normalidade, com a mantida nos seus níveis toleráveis entre situação e oposição e com a retomada do crescimento econômico.
2 – O ex-presidente da República, que já presidiu o Senado e o Congresso por quatro vezes, José Sarney é, de longe, o político mais consultado da República, chegando ao ponto de ser o arauto do PMDB e conselheiro informal da presidente Dilma – que, aliás, esteve na residência do ex-presidente na última terça-feira em busca dos conselhos da velha raposa. De casa em Brasília, onde se recupera de uma cirurgia no ombro, Sarney dispara conselhos, tenta conter o “racha”, mantém seu apoio à presidente Dilma, mas ao mesmo tempo não opera fortemente para inibir a movimentação do vice-presidente da República e presidente do PMDB, Michel Temer, que conspira diuturnamente contra a presidente.   E o faz com argúcia e eficiência excepcionais, movido por três cenários possíveis. O primeiro: se a presidente cair e o vice-presidente assumir, o ex-presidente e seu grupo ganham musculatura, principalmente no |Maranhão. Segundo: se a presidente não cair, Sarney terá reforçada sua posição de voz aliada da presidente e do PT. E terceiro: se caírem a presidente Dilma e o vice Michel Temer na Justiça Eleitoral fortalecerá a ponte que mantem com a oposição, a começar por Aécio Neves (PSDB).
3 – O senador João Alberto tem um papel importante como presidente do Conselho de Ética do Senado, que neste momento o processo que poderá resultar na cassação do senador Delcídio do Amaral, cujas declarações na delação premiada contribuíram decisivamente para aumentar a temperatura política. Correm informações segundo as quais Delcídio se prepara para fazer, no dia 22, no plenário do Senado, com imensurável poder de destruição, confirmando o que já disse e revelando o que ainda não falou.  O discurso pode selar a tendência para a cassação do seu mandato, processo que será comandado pelo senador maranhense.
4 – Um dos quadros mais importantes da elite do PMDB, o senador Edison Lobão está no epicentro da crise como denunciado pela Operação Lava Jato. Sua defesa, feita pelo criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, tem mantida firmemente a tese de Lobão é inocente. Continua como um dos ases do PMDB, com apoio total da cúpula do partido.
5 – Parlamentar de primeiro mandato, João Marcelo de Souza é um dos três maranhenses titulares da Comissão Especial do Impeachment. Vice-líder do PMDB na Câmara Federal, João Marcelo já é apontado em diversos levantamentos sobre as tendências da Comissão como um dos vão votar contra o impeachment.
6 – Líder do PDT e um dos principais articuladores da base governista na Câmara Federal, o deputado Weverton Rocha é titular da Comissão do Especial e tem dito que votará contra o impeachment da presidente Dilma, por considera-lo “absurdo” e “sem base legal”. Tem participado de todos os movimentos a favor do Governo da presidente, reafirmando a aliança (“sem subordinação”) do PDT com o PT.
7 – O deputado Júnior Marreca (PEN) é um dos titulares da Comissão do Impeachment e está incluído na relação dos votarão contra o impedimento da presidente.
8 – Vice-presidente da Câmara e alcançado pela Operação Lava Jato e pela Justiça Eleitoral sob várias acusações, Waldir Maranhão (PP) é um dos principais membros da tropa-de-choque do presidente da casa, o deputado fluminense Eduardo Cunha (PMDB). Até agora não há registro do seu posicionamento em relação ao impeachment, mas a julgar pela sua relação com Eduardo Cunha, Waldir Maranhão tende a apoiar o processo.
9 – Voz influente dentro do PMDB, a ex-governadora Roseana Sarney controla alguns votos na Câmara Federal. Alcançada pela Operação Lava Jato, tem batido no mantra segundo o qual a acusação não procede, tendo sua posição melhorada à medida que as investigações avançam e nada é encontrado para justificar a abertura de um processo contra ela. Ex-líder do Governo Lula no Congresso nacional, tendo atuado sob o comando de Dilma Rousseff, então poderosa ministra chefe da Casa Civil do Governo Lula.
10 – Ex-ministro do Turismo do Governo Dilma, o ex-deputado federal Gastão Vieira encontra-se numa situação complicada. Nada tem a ver com a operação Lava jato, mas o seu partido, o PROS, firmou posição contra o Governo da presidente Dilma o Câmara Federal, o que o deixa numa situação desconfortável.
Todas essas personalidades políticas têm a ver com a crise que mina a cada dia a estabilidade do país, tanto no campo político quanto no econômico. Dois movimentos podem ajudar ou prejudicar a presidente Dilma e seu Governo. Vale, portanto, acompanhar os passos de cada um no dramático e movediço cenário de Brasília.

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