terça-feira, 22 de março de 2016

Desfecho da Política Nacional terá Influência no Destino dos Candidatos a Prefeito de São Luís....

Por Ribamar Correa
O agravamento da crise política nacional com instauração do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) e o dramático movimento causado pela nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a chefia da Casa Civil vem colocando os principais pré-candidatos à Prefeitura de São Luís em estado de alerta máximo. Esse estado de ânimo decorre do fato de que a evolução dos acontecimentos e o rascunho ainda impreciso dos seus possíveis desdobramentos aproximam cada vez mais os aspirantes ao Palácio la Ravardière dos protagonistas da crise, tanto do lado governista quanto da seara da oposição, a começar pelo fato de que a crise nacional será tema dominante na campanha eleitoral. Nesse contexto, pré-candidatos partidariamente alinhados com o governo da presidente Dilma Rousseff avaliam as consequências políticas e eleitorais de uma eventual queda da chefe da Nação, como medem também as vantagens de sua eventual sobrevivência e continuidade; por sua vez os pré-candidatos que navegam em maré contrária à do Governo do PT, contam os dias para avaliar o desfecho que sairá do Congresso Nacional em no máximo dois meses.
Candidato forte à reeleição, o prefeito Edivaldo Jr. (PDT) tem um elenco de motivos para acompanhar atentamente os humores políticos de Brasília. Ali, o seu partido, que compõe a precária de apoio ao Governo Dilma, trabalha duramente para reverter a tendência favorável ao impeachment, certo de que se a presidente for mandada para casa, dificilmente o PDT terá o mesmo espaço num governo comandado pelo hoje vice-presidente Michel Temer, no qual o PMDB dará as cartas. Além disso, a eventual queda da presidente Dilma se traduzirá em munição aos adversários, que certamente utilizarão a eventual perda de poder em Brasília para fragilizar a campanha do prefeito. Num cenário em que a presidente sobreviva no cargo, Edivaldo Jr. manterá o seu já enorme poder de fogo durante a campanha.
A crise também aumenta a atenção da deputada federal Eliziane Gama, que continua filiada à Rede, mas estaria engatilhada para retornar ao PPS. Ela lidera até aqui a corrida ao Palácio de la Ravardière, tem atuado sempre no campo de oposição e trabalha intensamente para a queda do Governo da presidente Dilma Rousseff, pois sabe que a sobrevivência dele poderá ter forte influência contrária aos candidatos de partidos hoje adversários da hoje ocupante do Palácio do Planalto. A derrubada do Governo Dilma, portanto, fortalecerá expressivamente o discurso de Eliziane, principalmente se ela retornar ao PPS, como está previsto, pois esse partido, independente do seu baixo poder de fogo eleitoral, é um dos que estarão em posição privilegiada na base de sustentação de um novo governo.
Os dois pré-candidatos do PMDB, a deputada estadual Andrea Murad e o vereador Fábio Câmara se preparam para o que der e vier. O que for escolhido candidato do partido vai torcer para que a presidente Dilma Rousseff seja defenestrada do poder pelo caminho do impeachment. Isso porque esse desfecho representará a ascensão do vice Michel Temer ao poder e o fortalecimento político do PMDB. Se Dilma sobreviver e continuar com o PMDB ao seu lado, o candidato pemedebista, seja Câmara ou Murad, não terá maiores dificuldades para continuar dizendo que a banda maranhense do partido é amiga da presidente e que isso garantirá apoio a uma eventual gestão pemedebista em São Luís. Se a presidente cair, Temer será apresentado como a tábua de salvação de São Luís num governo pemedebista.
Outros candidatos não terão candidatos presidenciais para exibir como item essencial dos seus discursos. O deputado Bira do Pindaré, por exemplo, que foi petista e hoje é filiado ao PSB, partido que já foi aliado do PT, é hoje um dos adversários do Governo Dilma, tendo definido formalmente essa posição por meio de suas lideranças no Congresso Nacional.  Se a presidente sobreviver ao impeachment, Bira dificilmente fará um discurso hostil ao governo do PT, mas se ela cair, certamente se colocará como adversário forte do PMDB. O certo é que o candidato socialista não terá um governo central para lhe dar argumento. É mais provável que faça um discurso de campanha dissociado, até para ter uma janela aberta se vier a ser eleito.
Tais situações prováveis não indicam que campanha para a Prefeitura de São Luís seja realizada sem levar em conta o quadro de crise nacional, pois não há como os candidatos fugirem do debate sobre o tema. Afinal, todos sabem que sem as bênçãos de Brasília, dificilmente conseguirão meios realizar um governo minimamente convincente.

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