Importantes
líderes do cristianismo protestante no Brasil como
Ariovaldo Ramos, Ed René Kivitz, Carlos Queiroz e Paulo Cappeleti que trabalham
dentro da Teologia da Missão Integral – TMI criam manifesto em defesa da
democracia e contra o golpe.
O que
parece hoje no país ser o seguimento mais "cristianizado", consciente
e coerente, levando em consideração os disparates e distorções da mensagem do
Jesus de Nazaré na nação brasileira, o manifesto vem de contra a maré da
imbecilidade e alienação que as igrejas evangélicas, pentecostais e
neopentecostais vem sofrendo.
Esse
manifesto deveria ser canonizado!
Segue o
manifesto na integra:
Manifesto de Evangélicos pelo Estado de Direito – Iniciativa do Missão
na Íntegra
Nestas últimas semanas, a nação brasileira tem vivido momentos de
aflição, angústia e ódio. A ausência de serenidade e cautela, nesta hora
crítica, tem despertado muita preocupação e tememos que o acirramento provocado
venha custar vidas humanas.
Conquanto tenhamos entre os membros de nosso movimento, como em todo o universo evangélico, as mais diversas opiniões políticas, ideológicas e opções partidárias, há em comum a pregação da tolerância, da paz e da justiça, conforme a orientação das Escrituras Sagradas. Desejamos, neste manifesto, nos posicionar a respeito desses acontecimentos.
Conquanto tenhamos entre os membros de nosso movimento, como em todo o universo evangélico, as mais diversas opiniões políticas, ideológicas e opções partidárias, há em comum a pregação da tolerância, da paz e da justiça, conforme a orientação das Escrituras Sagradas. Desejamos, neste manifesto, nos posicionar a respeito desses acontecimentos.
Todos os signatários deste manifesto declaram que:
• como cristãos, rejeitamos e denunciamos com veemência a corrupção, a
iniquidade, a impunidade e o ataque ao Estado Democrático de Direito. Esses
desvios fazem com que o pão não esteja na mesa do pobre, e deixem os enfermos e
os órfãos desamparados.
• entendemos que a corrupção e a impunidade têm sido problemas endêmicos
na sociedade brasileira. E que a indignação de todos nós contra isso é justa e
profética. Contudo, rejeitamos igualmente toda indignação pecaminosa que
suplante o ordenamento jurídico, que aja com parcialidade e dissemine o ódio e
o desejo de vingança entre os brasileiros.
• somos favoráveis a que todos, em quaisquer posições que ocupem ou de
quaisquer camadas da sociedade, denunciados na forma da lei por possíveis
crimes, sejam investigados e julgados. Porém, só se faz justiça civil pela
aplicação rigorosa e exclusiva da lei. Não concordamos que os ritos necessários
para o juízo legal sejam adulterados apenas para atender ao clamor público.
• rejeitamos a postura midiática tendenciosa com divulgações editadas
dos processos investigativos. Essa prática irrefletida apenas tem promovido
dias de aflição e angústia para os brasileiros, além de propagar o ódio e a
intolerância com quem pensa de forma diferente sobre a condução dos processos.
Por isso, nós pedimos à nação, e em especial aos nossos irmãos em Cristo, muita
cautela e serenidade, e que o desejo de justiça não nos torne injustos.
• sabemos que os gritos de “crucifica-o” são motivados, muitas vezes,
por gente mal intencionada e isso pode nos trair e nos levar a julgamentos
precipitados. Entendemos que condenar alguém, antes que todo o processo
investigativo seja concluso, antes que se dê amplo direito de defesa, e antes
que um tribunal dê sua sentença final, constitui um perigoso precedente para
que quaisquer poderes, seja o Executivo, o Legislativo ou o Judiciário, excedam
os seus limites constitucionais.
• exigimos respeito ao voto. Toda eleição é uma convocação e um embate
entre eleitores, e o voto é o suporte da legitimidade. Se a escolha dos
eleitores corre o risco de ser invalidada, tem de haver um processo segundo o
ordenamento jurídico, logo, isso tem de ocorrer de forma isenta e sob o império
da Lei. O mandato outorgado pelo povo, por meio do voto, não pode ser
levianamente questionado.
• rejeitamos todo ódio. O ódio, constatado muitas vezes nos discursos de
figuras públicas, incita a violência e isso, segundo a nossa fé, é diabólico e
não pode ser admitido entre os que constituem a Igreja do Senhor Jesus em solo
brasileiro. Cabe a todo cristão a tarefa de ter paz com todos, seja em serviço
ao próximo, seja em tolerância com quem pensa diferente, sendo capaz de amar e
interceder por seu oponente. Intercessão que, rogamos, seja feita por nossa
nação.
• defendemos que as investigações devam continuar, que as provas sejam
coletadas e os responsáveis sejam arguidos pelos tribunais, conforme o
estabelecido nas leis brasileiras. Que não haja privilégios para qualquer
pessoa investigada, independente de posição ou partido político.
• defendemos a democracia como valor inexorável da Nação e não
aceitaremos que nada possa interferir no Estado de Direito. Queremos que a
institucionalização seja observada e que prevaleça a serenidade necessária para
que o estado democrático seja preservado.
• reiteramos que “a voz” das ruas deve ser ouvida, mas o limite é a
Constituição Brasileira. Cremos que todos devem ser investigados, mas dentro
das garantias constitucionais. Que o voto e a escolha da maioria devem ser
honrados, como reza a lei. Cabem às instituições, designadas democraticamente
para tal, a garantia do Estado de Direito, a fim de que quaisquer cidadãos
tenham seus direitos respeitados.
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