sexta-feira, 17 de julho de 2015

O ASSOMBRADO WALDIR MARANHÃO

Por Atual 7
“Espero que a PF saiba o que está fazendo”, diz Waldir Maranhão sobre ação na casa de Collor
Acusado de receber proprinas da Petrobras, parlamentar maranhense teme ser o próximo alvo da Polícia Federal na Operação Lava Jato
Um dos gatunos da Câmara dos Deputados investigados no Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento no escamoteio de verbas da Petrobras, o parlamentar maranhense Waldir Maranhão (PP-MA), vice-presidente da Câmara dos Deputados, mostrou-se aterrorizado com a operação da Polícia Federal, na última terça-feira (14), na casa do senador Fernando Collor (PTB), em nova fase da Operação Lava Jato, batizada de Politeia.
Tomado por medo e perplexidade após ser informado por Collor dos bastidores da ação da PF, Maranhão foi um dos poucos que conseguiu dar declarações a respeito do acontecido na Casa da Dinda, mansão no Lago Norte de Brasília, onde Collor foi encontrado pela polícia ainda de pijama, mas por cautela economizou nas palavras:
“Espero que a PF saiba o que está fazendo. Está tudo em segredo de Justiça. Não quero falar mais”, disse Waldir Maranhão ao jornal Gazeta do Povo, um dia após a ação que amedrontou parte esmagadora do Congresso.
O medo do parlamentar maranhense tem explicação: apontado pelo doleiro Alberto Youssef como beneficiário do esquema propineiro da estatal - embolsava entre R$ 30 mil a R$ 150 mil -, ele pode ser o próximo alvo da PF, a qualquer momento.
A revelação do raposismo foi dada pelo doleiro em maio deste ano, após questionamento da deputada federal, também maranhense, Eliziane Gama (PPS-MA), que queria saber quais políticos receberam propina por contratos feitos pela estatal para construir as usinas Premium 1, no Maranhão, e Premium 2, no Ceará. Ao responder a Eliziane, Youssef delatou que parte dos R$ 1,82 bilhão - cerca de R$ 2,3 bilhões em valores atualizados - investidos pela Petrobras na implantação da Refinaria Premium I, no município de Bacabeira, foi parar no bolso do deputado do PP.
Apesar dos novos fatos contados na CPI da Petrobras, o relacionamento da raposa com o doleiro já era conhecido pela Polícia Federal desde o início da Lava Jato, após a quebra do sigilo telemático de uma das contas de e-mail usadas por Youssef.
Em uma das conversas, segundo a PF, a secretária parlamentar Priscila Barbosa de Souza, lotada à época no gabinete de Waldir Maranhão, chegou a enviar comprovantes de ordens bancárias para o doleiro - dinheiro que, se condenado, ele terá de devolver aos cofres públicos, enquanto cumpre pena na cadeia.

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