No começo deste ano a estratégia já estava traçada: sufocar Eliziane Gama e dar a Edivaldo Holanda Jr a chance de não fazer nada por São Luís em mais dois anos, depois disso um vice do PCdoB assumiria e estaria gabaritado a suceder o governador Flávio Dino. Aí veio João Castelo, veio Roseana, vieram as pesquisas e tudo se complicou. Contudo, nenhum desses fatores é mais incomodo para o governo do que a filha de José Sarney.
Eliziane nunca esteve nos planos do governo. E eu não vou julgar intenções aqui, mas ações. Dia após dia, semana após semana, mês após mês todo movimento do governo foi em direção à implosão da candidatura da pepesista.
A tática era vencer pelo medo do governo que os políticos da capital iriam ter “da força das máquinas”. Então, Castelo entrou na disputa. Edivaldo, antes o segundo, caiu para terceiro.
Mas, a situação ainda estava sob controle. Se tem um partido que Flávio Dino pode chamar de seu, esse é o PSDB do Maranhão.
A tática do esvaziamento de candidatura passaria a ser tática do esvaziamento de candidaturas.
Aí, meus queridos, aí veio a bagunça: Roseana cogita a candidatura. Edivaldo que havia caído de segundo para terceiro, caiu de terceiro para quarto nas pesquisas. E agora?
O fato é que esvaziar as candidaturas de Castelo e Eliziane agora é um risco enorme no atual momento. Se os dois precisam de aliados que hoje se encontram embaixo das asas do governo, a ex-governadora estala os dedos e consegue estrutura financeira e política para enfrentar Holandinha de igual para igual. Isso até o povo lembrar que o rapaz ficou três anos acocado embaixo da mesa do prefeito, com as duas mãos nos ouvidos e cantarolando alguma música da Xuxa.
Logo, mudam-se os alvos para o alvo Roseana Sarney. E por questões óbvias: Eliziane e Castelo, membros de partidos alinhados ao governo, podem ser aliados no futuro. Obviamente nuca serão fantoches risonhos, obviamente não aceitarão passar dois anos na prefeitura e entrega-la de mão beijada para o PCdoB. Contudo, são muito melhores que Roseana.
O fato é que se Flávio Dino levar a cabo o projeto de esvaziar as campanhas de “aliados” para beneficiar seu aliado, pode acabar dando chance ao seu maior adversário.
O recibo foi passado quando o deputado Roberto Costa, “o mais comunista dos sarneístas” de todos os tempos, tentou “limar” a candidatura de Ricardo Murad, e por tabela a da própria Roseana, ao afirmar que apenas ele e Fábio Câmara podem ser candidatos. Ficou claro que essa candidatura de Roseana não interessa ao governo. Aliás, podem procurar uma foice e um martelo nas nádegas dessa história, eles estarão lá bem grandes ao lado da foto de um velhote de óculos dentro de um coração vermelho.
A prudência manda que o governo fique de mãos atadas em relação a Eliziane e Castelo. Mas, vai saber, né?
Relembrado em tópicos:
1 – Tudo o que o grupo sarney precisa é de uma trincheira.
2 – São Luís é enorme.
3 – Flávio pode atrapalhar Castelo e Eliziane, mas não pode mover uma palha contra Roseana.
4 – Eliziane e Castelo não irão perdoar Flávio.
5 – Edivaldo é muito fraco.
6 – Roseana no segundo turno, com o apoio dos dois, nem precisa fazer campanha.
7 – Roseana no segundo turno, sem o apoio dos dois, nem precisa fazer campanha também.
8 – A candidatura de Roseana é muito incomoda por uma razão simples: pode acabar saindo vitoriosa por desméritos retumbantes de Edivaldo e méritos esplendorosos de Flávio Dino.
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