O que pode fazer do governador do Maranhão uma espécie “malacabada” de um Stálin da ex-União Soviética, ou de um Kim Jong Un da atual Coreia do Norte, é a sua postura autoritária, egocêntrica, vaidosa e sacana na forma de tratar os adversários e mesmo os aliados...
Desde a eleição de 2014, o comunismo passou a ser pauta de forma mais significativa no Maranhão. O que não é pra menos, uma vez que naquele processo eleitoral disputava, com chances reais de vitória, o primeiro candidato comunista na história do Maranhão. O que de fato aconteceu e Flávio Dino tornou-se o primeiro governador do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) eleito pelo voto direto, o que por si só é um feito histórico para a posteridade nacional.
Na campanha daquele ano, Flávio Dino foi surpreendido com uma pergunta inocente feita pelo jornalista Sidney Pereira (TV Mirante) durante uma entrevista. Eis: “Se o senhor for eleito, vai implantar o comunismo no Maranhão?”.
O jornalista apanhou horrores na época pelo questionamento que, de fato, soava como algo completamente idiota até porque não se implanta um regime complexo como o comunismo por ato de vontade pessoal de um governante ou através de ato publicado no Diário Oficial do Estado.
Passados pouco mais dois anos da entrevista com Sidney Pereira, a questão do comunismo voltou à tona com a postagem no blog do colega Daniel Matos intitulada “Cerca vermelha que isola o Castelão é apologia escancarada ao comunismo” (veja aqui).
Na sua postagem, o jornalista e blogueiro sugere que o governador Flávio Dino “parece disposto mesmo a implementar os ideais comunistas no Maranhão, tanto pelas práticas políticas ditatoriais que adota desde o primeiro dia do seu mandato, quanto pela simbologia dos seus métodos. Como se não bastasse ter vetado, pelo segundo ano consecutivo, o tradicional desfile escolar do Dia da Raça, na Areinha, por entender que o tradicional ato cívico é um resquício da ditadura militar, o chefe do Executivo estadual mandou isolar o estádio Castelão e arredores com uma cerca vermelha, de modo a exaltar e impor aos maranhenses os seus ideais.”
No texto. o blogueiro mirateano faz uma comparação do ato de Dino em colocar cercas vermelhas para isolar o estádio Castelão com as cercas que guardam o Kremlin, sede do governo Russo e símbolo, até hoje, do poder da antiga União Soviética comunista.
Como não podia ser diferente, o post de Daniel Mendes repercutiu horrores pelo tom polêmico que assumiu ao trazer de volta o tema do comunismo no Maranhão.
Blogs anti e pró-Flávio Dino deram repercussão à matéria de Daniel e o Blog do Robert Lobato, lógico, não poderia ficar de fora desse fuzuê.
Ora, está claro que Flávio Dino não chega a ser um comunista no sentido soviético da palavra. Ele apenas defende valores comunistas, alguns nobres (igualdade de direitos) e outros repugnantes (autoritarismo político).
Da mesma forma, Flávio Dino pode até, no seu íntimo, ter a vontade de fazer do Maranhão uma Coreia do Norte, mas, sabendo que isso é impossível na prática, é forçado a se contentar com símbolos, daí que usar uma cerca vermelha para circundar um estádio de futebol que remete ao nome de um político da velha direita está valendo.
No entanto, não é uma simples cerca vermelha que fará de Flávio Dino um comunista, digamos… ortodoxo! E é neste ponto que discordo de Daniel Matos.
O que pode fazer do governador do Maranhão uma espécie “malacabada” de um Stálin da ex-União Soviética, ou de um Kim Jong Un da atual Coreia do Norte, é a sua postura autoritária, egocêntrica, vaidosa e sacana na forma de tratar os adversários e mesmo os aliados.
A cerca vermelha do Castelão é fichinha, como se diz popularmente, comparada à política de perseguição, cooptação e intimidação que o governador comunista pratica no Maranhão. Aliás, talvez Flávio Dino seja o governante maranhense que mais coleciona processos contra jornalistas, por exemplo.
“Ah, Bob, mas os comunistas foram fundamentais para acabar com a tirania do nazismo no mundo”, retruca algum cínico para bajular o governador.
Sim, é verdade. Os comunistas foram importantes para derrotar a ideologia macabra do nazismo tão quanto foram as forças aliadas comandados pelos capitalistas americanos. Ocorre que a história mostrou, depois, o que ocorreu com o Leste Europeu e outras partes do mundo “stalinizado”…
Enfim, esse episódio da cerca vermelha trazida por Daniel Matos redeu bem.
E serviu para fazer com que a população maranhense fique atenta para os embustes políticos sejam de comunistas ou de outras ideologias igualmente autoritárias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário