Estômago dos novos governantes já ronca alto com fome de poder
Intrigas palacianas costumam ser matéria de interesse de tabloides de
fofocas, da Inglaterra ao Maranhão dos jornalecos oposicionistas por
pura falta de contratos publicitários mais gordos. Mas quando as
atitudes íntimas dos governantes afetam o interesse público, é
necessário que se teçam alguns comentários em defesa do bom senso e da
lucidez diante dos fatos.
A fome de poder do novo grupo governista começa a dar sinais da falta
de educação e traquejo da maioria, ávidos por sentarem à mesa e se
esbaldarem no banquete nos Leões. O estômago de alguns já ronca alto,
faltando ainda 19 dias para a posse do governador eleito em outubro
passado. O primeiro na fila é o futuro vice-governador, o deputado da
bancada ruralista, Carlos Brandão. denunciado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) Nacional e pelo Movimento Quilombola do Maranhão por tentar pôr fim às demarcações de terras indígenas e titulações de territórios quilombolas no Maranhão, com uma CPI.
Há dias, Brandão visita a residência oficial da vice-governadoria,
localizada no bairro do Turu, planejando as futuras intervenções que
pretende fazer no imóvel onde irá habitar nos próximos anos. O tucano
não tem outra preocupação mais nobre do que os móveis e artigos que quer
para seu lar pago com o dinheiro do contribuinte. Já mandou, inclusive,
a esposa ir exigir que a atual chefe do Cerimonial, Carminha Cabral,
decore a casa com urgência. Ainda nos primeiros minutos do raiar do novo
ano, o vice-governador estará à porta do imóvel, com cachorro, gato e
papagaio.
Latifundiário, Brandão tem um apreço especial pelas propriedades –
embora esta tenha como dono o povo do Maranhão. Como parlamentar, fez
parte da Bancada Ruralista, que atua no Congresso Nacional, legislando
em benefício dos grandes proprietários de terra, em prejuízo aos
trabalhadores rurais.
O vice tem o mesmo apetite do governador eleito, que no dia seguinte à
renúncia da governadora Roseana, foi visto passando na frente do
Palácio dos Leões, apreciando o local onde irá habitar e dar as ordens,
nos próximos quatros anos, exibindo a mesma expressão com que costuma
cobiçar um pedaço de picanha.
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