Neutralidade de risco
O governador eleito Flávio Dino
(PCdoB) tenta se equilibrar no fio da navalha em relação ao
segundo
turno da eleição presidencial. Todos os seus aliados já se posicionaram -
PSDB, PSB, PPS - e outros menores declararam apoio ao tucano Aécio
Neves, e só o PCdoB e o PDT até agora decidiram apoiar a presidente
Dilma Rousseff (PT). Os dois grupos pressionam para que Dino se
posicione.
Flávio Dino tende a ficar na mais completa neutralidade. O primeiro
sinal veio terça-feira, quando ele não atendeu a um convite da
presidente Dilma para uma reunião em Brasília com todos os governadores
eleitos pela base aliada. Mesmo tendo sido presidente da Embratur e
tratado com prestígio na Esplanada dos Ministérios, Flávio Dino
aproveitou as situações do primeiro turno para se deslocar da
candidatura da presidente.
Ontem, fontes muito próximas a Dino avisaram que ele não vai entrar na
briga do segundo turno presidencial. Como um tucano, acompanhará a
guerra entre a presidente Dilma e o senador Aécio de cima do muro, num
lance de pragmatismo nada comum em política. O comunista não quer se
incompatibilizar com o futuro presidente, seja ele qual for.
Ocorre que os dois candidatos estão atentos aos seus movimentos. O
comando nacional do PT dificilmente engolirá a tal neutralidade do
governador eleito. O mesmo certamente acontecerá com a cúpula do
tucanato, que conta com o apoio dele para reverter a baixíssima votação
que recebeu no Maranhão.
Se mantiver a neutralidade, Flávio Dino - que para concretizar suas
promessas de campanha vai precisar muito da ajuda federal - corre o
risco de se tornar um governador visto com reservas em Brasília, seja
quem venha a assumir o comando do país a partir de janeiro.
o Estado do Maranhão
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