quinta-feira, 9 de outubro de 2014

HORA DE PENSAR.

Neutralidade de risco


O governador eleito Flávio Dino (PCdoB) tenta se equilibrar no fio da navalha em relação ao

segundo turno da eleição presidencial. Todos os seus aliados já se posicionaram - PSDB, PSB, PPS - e outros menores declararam apoio ao tucano Aécio Neves, e só o PCdoB e o PDT até agora decidiram apoiar a presidente Dilma Rousseff (PT). Os dois grupos pressionam para que Dino se posicione. Flávio Dino tende a ficar na mais completa neutralidade. O primeiro sinal veio terça-feira, quando ele não atendeu a um convite da presidente Dilma para uma reunião em Brasília com todos os governadores eleitos pela base aliada. Mesmo tendo sido presidente da Embratur e tratado com prestígio na Esplanada dos Ministérios, Flávio Dino aproveitou as situações do primeiro turno para se deslocar da candidatura da presidente. Ontem, fontes muito próximas a Dino avisaram que ele não vai entrar na briga do segundo turno presidencial. Como um tucano, acompanhará a guerra entre a presidente Dilma e o senador Aécio de cima do muro, num lance de pragmatismo nada comum em política. O comunista não quer se incompatibilizar com o futuro presidente, seja ele qual for. Ocorre que os dois candidatos estão atentos aos seus movimentos. O comando nacional do PT dificilmente engolirá a tal neutralidade do governador eleito. O mesmo certamente acontecerá com a cúpula do tucanato, que conta com o apoio dele para reverter a baixíssima votação que recebeu no Maranhão. Se mantiver a neutralidade, Flávio Dino - que para concretizar suas promessas de campanha vai precisar muito da ajuda federal - corre o risco de se tornar um governador visto com reservas em Brasília, seja quem venha a assumir o comando do país a partir de janeiro.


o Estado do Maranhão

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