quinta-feira, 13 de setembro de 2018

UM EM CADA TRÊS CALOUROS DA FACULDADE SOFREM COM ALGUM DISTÚRBIO MENTAL


 (Foto: Pixabay/Ken19991210/Creative Commons)
Um novo estudo da Associação Americana de Psicologia apontou que mais de um terço dos universitários do primeiro ano sofrem com distúrbios psicológicos. A depressão e o transtorno de ansiedade são os problemas mais comuns.
"Essa descoberta representa uma questão de saúde mental global", afirmou Randy P. Auerbach, professor da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos. "O número de estudantes que precisam de tratamento excede os recursos da maioria dos centros de aconselhamento. Considerando que os universitários são uma população-chave para determinar o sucesso econômico de um país, as faculdades devem ter urgência em abordar essa questão."
Para chegar ao resultado, Auerbach e sua equipe analisaram dados da Iniciativa de Estudantes Universitários Mundiais de Saúde Mental da Organização Mundial da Saúde (OMS). No projeto, quase 14 mil estudantes de 19 universidades em oito países – Austrália, Bélgica, Alemanha, México, Irlanda do Norte, África do Sul, Espanha e Estados Unidos – responderam questionários para avaliar transtornos mentais como depressão, transtorno de ansiedade e síndrome do pânico.
Os pesquisadores descobriram que 35% dos entrevistados relataram sintomas consistentes com pelo menos um distúrbio mental. A depressão foi o mais comum, seguido pelo transtorno de ansiedade generalizada. A análise foi publicada no periódico Journal of Abnormal Psychology.
Estudos anteriores sugerem que de 15% a 20% dos estudantes procuram serviços em centros de aconselhamento, que podem já estar sobrecarregados, segundo Auerbach. Se os alunos precisarem de ajuda fora do ambiente escolar ou de psicólogos locais, o professor sugere que eles procurem recursos na internet, como terapias online.

"Os sistemas universitários que trabalham com centros de capacitação e aconselhamento tendem a ser cíclicos, com os alunos aumentando o uso do serviço em meados do semestre, o que muitas vezes cria um gargalo", falou Auerbach. "Ferramentas clínicas da internet podem ser úteis para fornecer tratamento a estudantes que não procuram serviços no campus ou que estão esperando para serem vistos."

Pesquisas futuras precisam identificar quais intervenções funcionam melhor para cada tipo de distúbrio. Por exemplo: certos tipos de depressão ou ansiedade podem ser tratados terapias online, enquanto outros transtornos, como o uso de substâncias ilícitas, podem requerer ajuda pessoalmente de um psicólogo ou outro profissional de saúde. 

"Nosso objetivo de longo prazo é desenvolver modelos para determinar quais estudantes responderão aos diferentes tipos de intervenções", comentou Auerbach. "É nosso dever pensar em formas inovadoras de reduzir o estigma e aumentar o acesso a ferramentas que podem ajudar os alunos a gerenciar melhor o estresse."
POR REDAÇÃO GALILEU

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