Assessores do Planalto estariam animados com desfiguração do Bolsa Família, que deixaria de ser "assistencialista".
O
governo Temer planeja acabar com o programa social que beneficia 13,8 milhões
de famílias e alterar seus princípios. Segundo o ministro do Desenvolvimento
Social e Agrário, Osmar Terra, o novo nome será “Bolsa Dignidade” e as famílias
deverão receber R$ 20 a mais, desde que realizem trabalho voluntário.
Uma
reunião na próxima terça-feira (13) deverá decidir sobre as mudanças. Como o
ministro deixará o cargo até abril para buscar sua reeleição à Câmara dos
Deputados, tudo deverá ser concluído neste mês. As informações são do
jornal O Globo.
Além do
trabalho voluntário, o governo planeja que os beneficiários só recebam a bolsa
se cumprirem condicionantes. Uma delas é que os filhos dos beneficiários façam
estágio em empresas privadas no segundo turno escolar.
Assessores
do Planalto estariam animados com desfiguração do Bolsa Família, que deixaria
de ser “assistencialista”. O novo programa terá como objetivo “comprar o ócio
do beneficiário, em vez de pagar o ócio”, nas palavras deles.
O
governo Temer parece desconhecer estudos como o da socióloga Walquiria
Leão Rego e do filósofo italiano Alessandro Pinzani, que entrevistaram 150
mulheres beneficiárias do programa. O resultado está no livro Vozes
do Bolsa Família (editora Unesp). Segundo os pesquisadores, o
programa enfraqueceu o coronelismo e rompeu a cultura da resignação. Outro
aspecto positivo foi transformar a vida de milhares
de mulheres, que são quem recebe o cartão.
O Bolsa
Família é uma das principais marcas do governo Lula, criado em 2003. Outro
reflexo positivo foi ter levado o Brasil a sair do Mapa da Fome das Nações
Unidas. O Brasil reduziu em 82,1%, entre 2002 e 2014, o número de pessoas
subalimentadas. O programa já foi elogiado pela ONU, o Banco Mundial e
Fundo Monetário Internacional.
Fonte: Revista Forúm
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