Por
mais indefinida que tenha sido a “Carta aos Maranhenses” divulgada na noite de
segunda-feira, 23, pelo ex-secretário, ex-deputado federal e estadual, ex-prefeito
e ex-candidato a governador Ricardo Murad, ela teve um efeito quase
ensurdecedor no Palácio dos Leões, hoje ocupado pelos comunistas que ora detêm
o comando do governo.
Na
verdade, o movimento de Murad já os havia aturdido desde a sexta-feira, quando
foi anunciada sua transferência do PMDB para o PRP – embora sem dizer
exatamente a qual cargo ele concorreria em 2018.
Murad
continua sem dizer se vai disputar o governo, o Senado, ou vagas nas Casas
Legislativas, mas sua manifestação pública acuou os aliados do governador,
muitos dos quais já acenavam para “uma reeleição tranquila de Flávio Dino”.
Os
comunistas sabem que, num embate de poder com Ricardo Murad, nenhum processo
eleitoral será tranquilo. Forte, convicto e pronto para qualquer disputa, o
ex-secretário é o tipo mais difícil de adversário, porque não se dobra
facilmente e está sempre pronto a atacar em todos os flancos possíveis.
E
no documento tornado público na noite de segunda-feira, ele já deixou claro que
a batalha começou bem antes da campanha propriamente dita. Vai percorrer o
Maranhão mostrando o que fez e o que Flávio Dino não fez, num tête-à-tête com
prefeitos, lideranças políticas e populares.
Como
já se sabe há três anos, o comunista que ora ocupa o poder no Maranhão tem
muito a explicar à população. Faltava alguém para expor essas feridas.
Da coluna Estado Maior, de O
Estado do Maranhão
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