Por: João Bentivi
Todos
os maranhenses sabem que, em minha vida, nunca transigi com a ditadura militar,
tampouco com o domínio sarneisista no Maranhão. Com orgulho. Aqui uma
constatação: uma parte dos que jogam pedra no Sarney e companhia, agora, só são
alguma coisa (se o são) pelas mãos do velho oligarca e são, no mínimo
oportunistas, para não afirmar ingratos.
Outro dado por todos conhecidos
é o desgaste de toda classe política. Todos pisam em ovos e o freio de mão está
na moda estão todos passeando à beira do cadafalso. Basta um empurrão e o
abismo se abrirá.
Nesse contexto, no Brasil
abre-se um raciocínio, já uma convicção, de que o político não vai ser
escolhido por sua inteligência, qualidades administrativas ou coisa similar. O
bom político brasileiro deve, simplesmente, não estar citado na Lava Jato.
Simplório demais para nos alegrar e real demais para se negar.
O noticiário ficou cansativo, é
simplesmente policial e quando se imagina que as surpresas se acabaram, elas
estão só começando. Todos se lembram que, no domingo passado, em minha
postagem, teci lavados elogios ao governador Flavio Dino por sua postura
ilibada e sem senões. Bem não fechei a boca e descubro o jovem governante na
Lista do Fachin. Não significa culpabilidade, ainda, mas que chamusca a sua
biografia, isso chamusca. Vou continuar acreditando no governador.
Lista publicada e me debrucei
sobre a mesma, eivado por minha doentia curiosidade. Sem querer fui me
apercebendo de muitos detalhes e uma dúvida atroz abateu-se sobre meus ombros e
consciência: onde estão os sarneisistas na lista? Uma lista que albergou o
próprio governador Dino, com tão pouco tempo de embocadura no politiquismo,
deveria ter o pessoal do Sarney com embocadura longeva de meio século
.
Nada, nada, nada.
O chefe, presidente Sarney,
pelo que notei, foi citado tangencialmente por um tal Sergio Machado e duvido
muito que tenha alguma consequência relevante. Ora, um sujeito com mais de 80
anos de idade e mais de 60 anos de vida pública, passar praticamente incólume,
nesse estreito de Gibraltar da corrupção, tem que ser registrado com registro
favorável.
Mas o Sarney, no alto dos seus
mais de 80 anos, como disse, pouco tem a responder a justiça, ainda que
culpado. A finitude do tempo lhe leva para a absolvição. Voltei-me aos outros
expoentes políticos do clã e até me assustei. Notadamente João Alberto, Roseana
e Sarney Filho.
O senador João Alberto foi
tudo: deputado estadual, federal, prefeito, vice-governador, governador e
senador. Não lhe falta currículo e não lhe faltou poder. Ao não recair sobre
ele qualquer acusação ou, pelo menos, uma simples dúvida, somos obrigados, eu e
você, a carimbá-lo de ficha limpa. Ademais, todos que fazem política nesse
estado afirmam algo que faz muito bem a uma biografia política: João Alberto é
destemido e um exímio cumpridos de suas palavras.
A senhora Roseana, contra quem
escrevi centenas de artigos, descrevendo suas inabilitações e desconformidades,
deixou-me em situação pouco confortável: não está citada na Lista do Fachin. A
cidadã foi deputada federal e governadora quatro vezes, portanto tempo não lhe
faltou para entrar na Lava Jato. Não entrou. A desgosto, tenho que carimbá-la,
nesse momento, de ficha limpa.
O ministro Sarney Filho é o
caso mais emblemático. Foi o primeiro Sarney que divergi publicamente. Ele se
lembra muito bem de um debate no auditório do antigo Colégio MENG: levei a
melhor e ele ficou puto e nunca esqueceu a sova.
Entretanto, dentro de minha
correção jornalística, tenho que lhe dar todos os créditos merecidos. O
primeiro dista já alguns anos. Era secretário de Meio Ambiente, no governo
Tadeu Palácio e na Conferência Mundial em Johannesburg, África do Sul, levei
São Luís para a conferência, expondo a centenas de organismos internacionais a
problemática ambiental da Ilha. A razão de não termos colhidos os dividendos,
ainda detalharei, em outra oportunidade.
Mas o que quero relatar se
relaciona com o deputado Sarney Filho, que era Ministro de Meio Ambiente do
Fernando Henrique. Ao conversar com dezenas de delegações, de diferentes
países, ONGs e outras agências, o nome do então ministro Sarney Filho era uma
unanimidade, no melhor dos sentidos, com a comunidade internacional. Era
impossível falar mal do cara.
Pois bem, esse cidadão é, pela
segunda vez, Ministro de Estado, acrescente-se mais de trinta anos de mandato
ininterrupto, ser filho de um prócer da república, presidente de partido, líder
de bancadas, então se abre a Lista do Fachin e o sujeito não está homenageado.
Fica impossível não se destacar o mérito.
Está, pois, estabelecido o inevitável
maniqueismo, mesmo nesse mar de incertezas, de constatações inapagáveis e
volumosas surpresas. O nosso governador, na primeira infância da política,
ainda que eu creia na sua honestidade (e creio) tem que se explicar e está se
explicando. É mau. É mal.
O sarneisismo político, ainda
que eu quisesse apedrejar, mostra-se ilibado pelas mãos do Fachin e não precisa
de explicação. É bom. É bem.
Finalmente, sou muito feliz em
ser jornalista e estou plenamente feliz com esse artigo. As minhas escolhas
políticas jamais poderão obscurecer a minha consciência.
Viva a liberdade de consciência.
FAST NEWS :
É difícil encontrar um sujeito
mais cara de pau, escroto, quanto esse Lula da Silva. Ao gabar-se de ser o
brasileiro mais honesto do Brasil, soube que desagradou muito ao Fernandinho
Beira Mar e ao senhor Marcola.
Depois constitui-se como um mau
bandido. O bom bandido não dedura seus companheiros. Ao dizer que quem recebeu
dinheiro em seu nome deveria ser preso, está deixando Palocci e Mantega em
situação perigosa.
Mas o pior é ser uma péssimo
irmão. Disse que nunca pediu nada e a ninguém para o frei Chico, aí, o tal frei
Chico, irmão de Lula, liso todo, muito puto com o irmão rico, que não o
ajudava, foi a uma tal Odebrecht, invadiu-a, deu uma porrada no tal Marcelo,
obrigando-o a lhe dar uma mesada, de cinco mil por mês, por anos a fio. Nessa
versão, Lula está afirmando que seu irmão, frei Chico, é um bandido.
Finalmente mesmo, será o Lula
da Silva acreditar que alguma pessoa com um mínimo de bom senso acreditaria
nele. Alguém pode dizer: o pessoal do PT acredita! Tudo bem, para ser um bom
petista, ou tem falta a de senso ou deve estar na cadeia. É só uma escolha.
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