Ao contrário do que se noticiou até agora, governador não estabeleceu R$
400 mil para atender aos interesses da construtora; este valor foi definido
pelo diretor João Pacífico, responsável pela área Norte/Nordeste da companhia
Recorte do documento da PGR sobre Flávio Dino |
Por: Marco D'eça
A se julgar pelo teor dos depoimentos em poder da
Procuradoria-Geral da República, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB),
era considerado como do chamado Baixo Clero da propina, ao menos para a
diretoria da Odebrecht.
Ao contrário de outros figurões da Política – que
pediram e receberam valores superiores a R$ 10 milhões, R$ 30 milhões e até R$
100 milhões – a propina paga a Dino, segundo relatório da Procuradoria-Geral da
República, foi definida pelo diretor João Pacífico.
De acordo com o relatório, Dino se comprometeu a
acompanhar o Projeto de Lei de interesse da Odebrecht e, em troca, pediu ajuda
para sua campanha ao governo do Maranhão, em 2010.
Veja o trecho:
Flávio Dino com Chico Lopes |
– Em uma das reuniões (vide minuto 5), FLÁVIO DINO
teria pedido ajuda da ODEBRECHT para sua campanha a governador do Estado do
Maranhão. JOSÉ DE CARVALHO FILHO se comprometeu a verificar a possibilidade e
dar um retomo.
Carvalho Filho procurou o diretor João Pacífico,
que, segundo o relatório da PGR, “era da região do deputado Flávio
Dino”. Foi Pacífico quem definiu o valor da propina.
Veja o que diz o relatório:
– Internamente, JOSÉ DE CARVALHO FILHO consultou
JOÃO PACÍFICO, DS da região do deputado FLÁVIO DINO. JOÃO PACÍFICO
estabeleceu o montante de R$ 400.000,00 para repassar ao deputado.
Segundo o site de Negócios do Jornal do
Commercio, de Pernambuco, João Pacífico atuava pela Odebrecht nas regiões
Norte e Nordeste. Era ele quem decidia sobre pagamentos a políticos.
– Na delação de Cláudio Filho, João Pacífico
aparece sempre com autoridade para analisar e decidir a aprovação dos pagamentos
aos agentes públicos – diz o site. (Leia a
íntegra aqui)
Mas foi Carvalho Filho quem negociou pessoalmente
com Flávio Dino.
– JOSÉ DE CARVALHO FILHO esclarece que ele passou a
FLÁVIO DINO pessoalmente a senha para receber os valores e acertou o local dos
pagamentos– diz o relatório, assinado pelo procurador-geral
Rodrigo Janot.
Os R$ 400 mil foram, portanto, o valor que a
Odebrecht entendeu ser merecido pelo comunista maranhense pelos serviços
prestados à empresa.
Simples assim…
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