segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

DESVALORIZAÇÃO DA PM NO MARANHÃO É EXPOSTA POR CAPITÃO DA CORPORAÇÃO!

Porque proteger uma sociedade que não valoriza a PM?

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Ivônio Pinheiro RIBEIRO Netto*

As polícias militares têm missão constitucional de ser ostensiva e preservar a ordem pública (art. 144, §5º). Alguns vocacionados e outros atraídos pela estabilidade do serviço público assumem tal mister com o juramento de proteger a sociedade mesmo com o risco da própria vida, exemplo disto pode ser visto nos municípios em que existem apenas dois policiais militares realizando ficticiamente “a preservação da ordem”.
A Constituição Federal ainda veda a esses militares a sindicalização e a greve (art. 142, inciso IV), algo coerente considerando a essencialidade do serviço público prestado, que deve sempre estar à disposição sem interrupção de jornada.
Por outro lado, a Lei Fundamental garante a revisão anual dos subsídios (art. 37, inciso X), a fim de manter pelo menos o valor real do já combalido salário recebido pelos militares estaduais.
Nesse contexto legal, é muito triste e estarrecedor ver a situação vivida pela população capixaba que está em uma situação de temor permanente, ou seja de se tornar mais um número daquela fria estatística da onda surreal de violência. Mas por que será que aqueles homens e mulheres deixaram à míngua quem juraram proteger? Será que é bom tornar-se indiciado em um inquérito policial militar ou ser denunciado pelo crime militar de motim ou revolta, ou será que foi a última solução desesperada que encontraram?
Diante desse cenário de desordem social só resta uma alternativa, clamar pela volta do efetivo da Polícia Militar do Espírito Santo às ruas, pois as Forças Armadas e a Força Nacional de Segurança jamais serão capazes de prestar o mesmo serviço, não por faltar-lhes capacidade técnica ou o mesmo profissionalismo, mas por desconheceram o terreno e suas peculiaridades (já dizia o general Sun Tzu, em A Arte da Guerra).
Distante dessa conjuntura de paralisação que gerou centenas de homicídios, saques e roubos, as polícias militares, na maioria das vezes, são desprezadas pela sociedade, sendo seus profissionais chamados diariamente de despreparados e incompetentes; nos telejornais, os policiais militares sofrem violência simbólica com conteúdo sempre preconceituoso e estereotipado, nas telenovelas apresentam o personagem policial militar mal fardado, submisso e trabalhando em uma delegacia de polícia com uma autoridade policial que hierarquicamente não possui ascendência funcional alguma sobre ele.
Além disso, poucos são os noticiários das ações relevantes da polícia e sempre que são divulgadas, posteriormente a mídia dá ênfase a uma ação desastrosa da polícia militar (que inevitavelmente ocorrem e devem ser rigorosamente apuradas e punidas, se for o caso), sem sopesar que trabalhar no calor da ocorrência, no fervor do momento com tiros, é diferente do conforto dos gélidos gabinetes, regados à cafés e horas de redes sociais. Sem falar daqueles que pedem o fim da polícia militar, apenas por não gostar de ser abordado ou por a associar à uma herança negativa do regime militar.
Deve ser terrível para aqueles que cantam “Quem precisa de Polícia?” pedir a volta da polícia militar às ruas de Vitória e Vila Velha, não ter por quem culpar pelas balas perdidas nas periferias e por ter que admitir que a polícia militar é a última linha entre o caos e a normalidade, é quem garante o funcionamento dos demais poderes e órgãos. Imagino que deve ser terrível mesmo.
O que acontece no Espírito Santo deve servir de lição para que os governantes não apenas lembrem que é proibida à sindicalização e a greve dos militares, mas sim que necessitam de revisão anual dos subsídios e aumento real também, pois só assim conseguirão ter a casa própria digna, proporcionar uma vida melhor aos seus familiares e assim conseguir proteger a família dos outros, desenvolvendo sua atividade profissional com louvor.
Assim, peço à sociedade que valorize a polícia militar do seu Estado (mesmo com seus defeitos e males) não quando ela não mais suportar e parar, mas sim enquanto funciona e garante sua segurança e liberdades públicas, apoiando suas reivindicações e melhorias, inclusive salariais, para aqueles que arriscam suas vidas.
Peço ainda aos órgãos de imprensa a imparcialidade necessária, busquem se informar do nível de profissionalismo dessas instituições e quando errar deem o destaque, mas o façam observando os dois lados.
Peço também aos governantes que não utilizem de propaganda fantasiosa para enganar a sociedade, afirmando pagar os melhores salários, sem destacar os valores recebidos nos demais postos e graduações, ou seja, não adianta na mesma Polícia Militar pagar o melhor salário de soldado e pior salário de cabo (graduação subsequente) e assim com piores salários sucessivamente até o posto de coronel.
Por fim, respondo a pergunta inicial com o compromisso policial militar contido no Estatuto dos policiais militares do Maranhão: “Ao ingressar na Polícia Militar do Maranhão, prometo regular minha conduta pelos preceitos da moral, cumprir rigorosamente as ordens das autoridades a que estiver subordinado e dedicar-me inteiramente ao serviço policial-militar, à preservação da ordem pública e à segurança da comunidade, mesmo com o risco da própria vida”.
Ivônio Pinheiro RIBEIRO Netto – Capitão da Polícia Militar do Maranhão


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