Por: Ribamar Corrêa
As tensões da crise política nacional, com a aproximação do desfecho do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT) e pela corrida eleitoral em curso transformaram o governador Flávio Dino (PCdoB) numa espécie de alvo de fortes ataques. Dois deles ecoaram dentro e fora no mundo político. O primeiro foi a declaração extemporânea e descontextualizada do ultradireitista deputado federal Jair Bolsonaro (/RJ), que num recado que mandou aos policiais maranhenses, sugeriu que mudem o governador. “Vocês erraram ao eleger esse governador comunista, Isso tem de mudar”, disse Bolsonaro (PP/RJ).
A reação do Palácio dos Leões foi amena, parecendo que o governador não tinha interesse O segundo, e mais grave, foi a nota divulgada por Lauro Jardim, colunista de O Globo, segundo a qual na sua delação na Operação Lava Jato, executivos da Odebrecht disseram que a empresa bancou caixa 2 das campanhas de 21 candidatos a governador em 2010, entre eles o de Minas, Antonio Anastazia (PSDB), e o do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), que teria recebido R$ 200 mil. A revelação de Lauro Jardim, feita sem nenhum acréscimo ou juízo de valor, causou um verdadeiro rebuliço nos bastidores do Governo e na seara dos partidos. O PCdoB reagiu com uma nota que nada diz quando afirma que o PCdoB não fez caixa 2 na campanha e que tudo o que recebeu em doação foi contabilizado e incluído na prestação de contas à Justiça Eleitoral. Ou seja, a nota deixa a critério do leitor chegar às suas próprias conclusões, já que não admite nem nega se recebeu a tal quantia da Odebrecht.
A reação do Governo foi a de quem considerou o assunto de importância menor e decidiu encerrá-lo com a nota. Só que ele continua repercutindo, com o aconteceu ontem na Assembleia Legislativa, onde a deputada Andrea Murad (PMDB), que transformou os R$ 200 mil e milhões de caixa 2. O tom escandaloso da deputada oposicionista levou o líder do Governo, deputado Levi Pontes (PCdoB) a fazer a defesa do governador, só que com o mesmo discurso, o de que todas as doações recebidas para sua campanha de 2010 entraram na prestação de contas à Justiça Eleitoral. Ficou no ar a impressão de que o governador Flavio Dino enfrentará artilharia pesa nas próximas semanas.
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