quarta-feira, 17 de agosto de 2016

CANDIDATOS USAM A ANTIGA PRATICA DE ATACAR O PREFEITO QUE BUSCA SE REELEGER JÁ NO INÍCIO DA CAMPANHA

ediruagrande
Edivaldo Jr. (de camisa azul e punho cerrado) fala para militância no início da caminhada pela Rua Grande, na sua primeira manifestação da campanha 
Por: Ribamar Corrêa
A corrida para a Prefeitura de São Luís começou oficialmente ontem com uma série de eventos anunciadores de que o embate entre os candidatos será duro, sem tréguas e com a indicação segundo a qual quem não tiver lastro político, potencial eleitoral e lisura pessoal será tragado pelo redemoinho que girará intensamente na Capital nos próximos 43 dias. E como não podia deixar de ser, todos os candidatos que se manifestaram na largada cometeram o que para muitos expert em embates eleitorais é um erro primário: atacaram o prefeito Edivaldo Jr. (PDT), que lidera a preferência do eleitorado, segundo as últimas pesquisas. Indiferente à pancadaria, o prefeito fez o primeiro dever de qualquer candidato ao Palácio de la Ravardière: enfrentou a Rua Grande, o mais heterogêneo e simbólico corredor político da Capital. Houve acusações, suspeitas, reações, deixando no ar a impressão de que nas próximas seis semanas o cenário político da Cidade Patrimônio da Humanidade vai pegar fogo.
Eliziane Gama com seus militantes  antes da caminhada que faria da Rua Grande
A candidata do PPS, Eliziane Gama, que havia marcado sua primeira caminhada na Rua Grande para o meio da tarde, foi surpreendida com a informação de que o prefeito Edivaldo Jr. programara o mesmo e no mesmo horário. Determinada a reverter sua tendência de queda apontada pelas pesquisas,  Eliziane resolveu abrir mão da caminhada alegando estar preocupada com a integridade da sua militância, por avaliar que se os dois grupos se cruzassem na mais importante e movimentada artéria de São Luís  poderia haver confronto de largas proporções, com graves repercussão. O resultado é que no embate direto com a candidata do PPS, o candidato do PDT levou a melhor, pois realizou uma caminhada fortemente animada pela militância pedetista, que tem tradição nesse tipo de ação política.
Outro que virou suas baterias para o prefeito foi o vereador Fábio Câmara, candidato do PMDB. Acusado de ser “laranja” do próprio Edivaldo Jr. – uma maldade que não tem rumo, mas que tira o candidato do eixo -, Câmara reagiu indignado por meio de uma nota em que refuta o ataque fazendo uma afirmação com sentido: é um candidato que sempre esteve na oposição ao prefeito, como provariam os registros do seu dia a dia na Câmara Municipal. O candidato pemedebista poderia ter ignorado a ilação maldosa e cuidado da sua corrida através de votos, mas por razões que não revelou, preferiu logo disparar chumbo grosso contra todos os suspeitos de haver disparado a maldade que lhe tirou do sério. Para ele, a maldade partiu das hostes do prefeito candidato à reeleição.
Outro petardo disparado na direção do candidato do PDT foi disparado ontem da Redação do jornal O Estado do Maranhão pelo candidato do PSOL, Valdeny Barros, que acusou o prefeito de São Luís de não fazer um governo transparente, mesmo que informações de órgãos de controle tenham avaliado exatamente o contrário, afirmando que São Luís tem hoje uma gestão transparente.  “O que Edivaldo vende é uma transparência chamada passiva, fruto de respostas dadas pela própria prefeitura a três perguntas, que já garante 50% da pontuação. mas a transparência ativa, aquela resultante da investigação dos órgãos de controle, não existe em São Luís”, disse Barros, segundo registro feito pelo blog do jornalista Marcos D`Eça, um dos entrevistadores do candidato do PSOL.
O fato é que a maioria dos candidatos resolveu repetir uma estratégia manjada e que nem sempre produziu bons resultados. Parecem não ter percebido que atirar no prefeito em bloco demonstra fragilidade, porque no fim das contas o recado que passam é o de que não estão seguros dos seus projetos de governo e tentam consolidar suas campanhas em eventuais escorregões do prefeito. O que parecem não perceber é que o Edivaldo Jr. de hoje é bem diferente do candidato de 2012, que aparentava inexperiência, mas que mesmo assim engoliu uma raposa traquejada, o então prefeito João Castelo (PSDB). Agora, depois de três anos e meio de depois de desafios e pancadas, o Edivaldo Jr. é um político bem mais experiente, que já conhece o caminho das pedras e conhece os antídotos certos para os mais diversos tipos de veneno usados por adversários na briga pelo voto.
A campanha em São Luís começou animada, com caminhadas e declarações fortes, mas tematicamente distantes do que o eleitor quer saber, que é como serão solucionados os problemas que lhe dizem respeito. O resto será mera perda de tempo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário