A notícia de que José Serra reatou
o casamento com a ex-mulher, Mônica, reacendeu um mistério que o cerca desde o
início deste ano.
Sumido do noticiário, em função das
inúmeras pendências com a Justiça, e bastante ausente no plenário (é o senador
paulista com menos presença, segundo a Veja), Serra não está bem de saúde e a
volta para a casa da família pode ser indício de que está precisando de
cuidados especiais.
Em Brasília e entre seus
correligionários do PSDB o assunto é tratado com a discrição que aquele
ambiente permite.
Nas vezes em que é visto em
público, Serra aparenta apatia e olhar vago. Recentemente, num encontro casual
com lideranças políticas no bairro do Itaim, em São Paulo, foi apresentado a
uma pessoa, não esboçou reação e esticou a mão para cumprimentar outra que
estava ao lado.
Velhos companheiros tratam o caso
ora na base da brincadeira – “está no bico do corvo” –, ora com certa
consternação – Fernando Henrique Cardoso, 87 anos, dez mais velho, tem
manifestado preocupação afirmando, em seu círculo íntimo, que “Serra está bem
mais envelhecido do que eu”.
Notório hipocondríaco, Serra nunca
falou claramente sobre seu estado.
Quando deixou o ministério das
Relações Exteriores, em março de 2017, enviou carta a Michel Temer relatando
que decidiu deixar a pasta “em razão de problemas de saúde”, mencionando dores
na coluna que o impediriam de fazer viagens longas.
De fato, quatro meses antes ele
havia se submetido a uma cirurgia no Hospital Sírio-Libanês.
Em janeiro de 2014, o senador foi
submetido a uma cirurgia na próstata para curar um quadro de hiperplasia
prostática benigna, quando há aumento do órgão.
Um ano antes, fez cateterismo. À
época, os médicos colocaram no coração dele um stent, mola metálica que expande
a artéria e aumenta a capacidade do fluxo sanguíneo.
As versões extra-oficias vindas de
amigos nesses últimos dias apontam para um quadro de depressão profunda e
continuada. Mas cenas recentes – como a do encontro casual no Itaim supracitada
e, anteriormente, confusões com nomes de lugares e pessoas – podem indicar
problemas mais sérios.
Seja por depressão ou algum mal
neurológico não revelado, é certo que o estado de saúde de José Serra é assunto
de interesse público, já que, na condição de um dos principais líderes do PSDB,
suas propostas e atitudes têm impacto direto na vida de milhões de brasileiros.
Serra é autor da Lei 131/2015, que
determinou o fim da participação obrigatória da Petrobras na exploração de
petróleo nas camadas do pré-sal.
Também teve o seu DNA a legislação
dos medicamentos genéricos e a Lei Antifumo.
Disputou e perdeu duas vezes (2002
e 2010) a presidência da República. Foi prefeito de São Paulo e governador do
Estado, deputado federal Constituinte, ministro duas vezes de Fernando
Henrique, nas pastas do Planejamento e da Saúde.
Serra vem tentando manter sua rotina
no Senado, mas a falta de energia é notável. No mês de abril, faltou a
metade % das sessões.
Retomou um pouco o ritmo em junho.
Já avisou que não concorrerá a nada neste ano.
Nenhuma aparição pública, seja em
eventos de pré-campanha ou locais onde há concentração de pessoas.
O retorno à casa da família foi
vendido pela imprensa velha amiga como se Serra e Mônica tivessem reatado um
romance que começou em 1973 e encerrou em 2013, após 40 anos juntos.
O casal tem dois filhos, Luciano e
Verônica, e dois netos.
Por José Cássio
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