quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

EXAME DE SANGUE QUE DETECTA ALZHEIMER ANOS ANTES DOS SINTOMAS COMEÇAREM!

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A Doença de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa – ou seja, que destrói o nosso cérebro. Ela é progressiva e não possui cura; sua evolução leva à problemas de memória, demência e, eventualmente, morte. É uma das doenças neuronais mais perigosas que existem, e acompanhar alguém passando por esse processo é uma das coisas mais tristes do mundo.

O Alzheimer, como eu disse, não tem cura, e mesmo o tratamento não é tão eficaz; em alguns casos consegue, no máximo, retardar a progressão da doença; de forma geral, porém, o tratamento é mais voltado a melhorar a qualidade de vida do paciente do que reverter a doença. E parte do motivo disso ser assim é o fato que quando o Alzheimer se instala, já é tarde demais – quando os sintomas clínicos começam a aparecer, é porque o cérebro desse indivíduo já sofreu muito dano. A doença começa de fato muito, muito antes dos sintomas.

Assim, para os cientistas serem capazes de intervirem melhor sobre o Alzheimer, é necessário que eles sejam capazes de identificar a doença mais cedo. De preferência de uma maneira mais fácil e menos custosa do que fazendo um exame de imagem cerebral – afinal, não dá pra submeter todos os velhinhos do mundo à ressonâncias todo ano.

Felizmente, temos motivo para comemorar nesse sentido. Um grupo de pesquisadores da Alemanha desenvolveu um exame de sangue capaz de identificar os estágios iniciais do Alzheimer. Muitos pesquisadores no mundo inteiro tem tentado desenvolver testes similares, procurando por uma proteína chamada Amilóide, que se acumula no cérebro do paciente com Alzheimer. Esse grupo Alemão, porém, decidiu abordar o problema de outro ângulo. Eles resolveram, invés de procurar por essa proteína característica do Alzheimer, procurar por sinais de degeneração cerebral – ou seja, indícios, no sangue, de que células do cérebro estão morrendo.

O cérebro é feito de células chamadas de Neurônios. Quando um deles morre, é possível encontrar restos dessa célula no sangue; porém, esses resquícios são degradados bem rápido e, por isso, não podem ser utilizados para diagnóstico. Porém os cientistas perceberam que uma proteína específica, chamada de neurofilamento, é muito mais resistente à essa degradação do sangue. Como resultado, ela dura mais tempo circulando no nosso sangue, e poderia, talvez, ser utilizada como marcador da doença.

No estudo em questão, esses cientistas provaram justamente isso: que os neurofilamentos se acumulam no sangue muito antes da chegada dos sintomas clínicos, quando a doença ainda é “indetectável”. Além disso, eles demonstraram que os níveis de neurofilamentos no sangue refletem o estado atual do dano cerebral, e predizem de maneira muito confiável os próximos passos da doença.

É importante ressaltar que não é o nível bruto de neurofilamentos que importa, mas sim como eles mudam ao longo do tempo. Os cientistas acompanharam a evolução da doença em um grupo de mais de 400 pacientes, ano a ano, e conseguiram constatar certos padrões de mudança nesses níveis que conseguiam prever a progressão da doença.

A tecnologia para medir neurofilamentos no sangue já existe e não é lá tão complicada. A grande descoberta desse estudo é a possibilidade de usar os neurofilamentos como ferramenta de diagnóstico. Agora precisamos entender ainda melhor esse padrão, para que ele possa ser usado como ferramenta de diagnóstico no futuro – e, após isso, podemos começar a testar terapias em etapas mais precoces da doença. Quem sabe essa não seja a peça que faltava para descobrir um tratamento eficaz para o Alzheimer.

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