Por: O Estado
Aos poucos, o governador Flávio Dino (PCdoB) parece seguir um roteiro que tende a inviabilizar seu próprio projeto de poder. Com atitudes autoritárias, falta de diálogo com as organizações da sociedade civil, da classe política e dos servidores estaduais, o governador caminha para o isolamento político. E talvez nem se aperceba disto.
Aos poucos, o governador Flávio Dino (PCdoB) parece seguir um roteiro que tende a inviabilizar seu próprio projeto de poder. Com atitudes autoritárias, falta de diálogo com as organizações da sociedade civil, da classe política e dos servidores estaduais, o governador caminha para o isolamento político. E talvez nem se aperceba disto.
Dois episódios podem ilustrar claramente esta possibilidade de isolamento, um público, outro de bastidores.
O de bastidores ocorreu quarta-feira no início da tarde, na Assembleia Legislativa. Deputados estaduais reuniram-se na sala da presidência da Casa para reclamar do enorme poder que o governador dá a seu secretário de Articulação Política, Márcio Jerry. Segundo os parlamentares, Dino não recebe ninguém, deixando com o auxiliar a tarefa de conversar com a classe política. E ele nada resolve, isolando o governo em um grupo exclusivo de amigos mais próximos.
O outro episódio envolve os funcionários públicos. Uma das inúmeras ações de Flávio Dino para não ter que pagar os cerca de 21% já concedidos aos servidores – inclusive com decisão já transitada em julgado no Supremo Tribunal Federal – será julgada hoje pelo Tribunal de Justiça.Mas Dino já se articula não só para evitar pagar estes 21%, mas para cortar também o percentual das categorias que já foram beneficiadas.
Nestes oito meses de governo, Dino já se inviabilizou com movimentos sociais, com a Igreja Católica e com setores organizados da sociedade. Também ficou evidente – durante a passagem da presidente Dilma Rousseff (PT) – a falta de comando ou de diálogo com a bancada federal. Apenas cinco estiveram presentes á solenidade.
Os sinais são claros de que Dino isola-se cada vez mais no Palácio dos Leões – ao lado do fiel escudeiro Márcio Jerry – exercendo o poder pela força.
Mas como se disse no início, talvez nem ele se aperceba disso…
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