Por: Acélio Trindade
Mais de 30 famílias codoenses sobrevivem do que chega diariamente ao Lixão. Por conta disso, há um problema de décadas que nunca foi resolvido – a presença de crianças sozinhas ou acompanhadas dos pais que catam lixo num local de alto risco para a saúde humana.
Como não é aterro, não há coleta seletiva nem a proteção indicada pela legislação ambiental para proteger o solo (imagine o ser humano). Quem trabalha na área está exposto à lixo hospitalar e a outros resíduos sólidos ainda mais perigosos.
ATRÁS DAS AUTORIDADES
Em Codó existem várias autoridades que formam a chamada Rede Municipal de Combate e Erradicação do Trabalho Infantil. Fomos atrás das principais para ouvi-las a respeito da presença ainda frequente de crianças no lixão.
Estivemos primeiro no Ministério Público Estadual. Pediram para que telefonássemos depois para sabermos o posicionamento do órgão a respeito.
Seguimos então para o Conselho Tutelar do município onde fomos recebidos pelo atual coordenador, conselheiro Franck Sousa.
Disse que o Conselho tem ido com frequência ao lixão, registra que as crianças que trabalham estudam, mas sobre resolver o problema apontou o papel do município.
“Tudo leva a crer que os pais estão com eles na escola, porque sempre que a gente vai eles afirmam que o filho estuda a tarde ou pela manhã (…) nós sabemos que só o município, o poder público é que tem toda a força, primeiramente a competência e a condição, pra isso eles recebem os recursos, então se ver a necessidade de fechar o lixão de Codó, fazer um aterro sanitário”, afirmou
PELO MUNICÍPIO
Fomos então atrás da autoridade que representa o município neste assunto.
Raycliciene Moraes é a assistente social técnica de referência do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil. Está com fé em um plano municipal que prevê diversas ações deste ano até 2019.
Mas não sabe como resolver o principal entrave – a cultura dos pais de colocar crianças para trabalharem, até em situações tão degradantes como é a do lixão.
“As famílias, nós temos várias dificuldades de mobilizá-los, tão desacreditados por vários motivos, eles também acreditam que o trabalho infantil é algo positivo para as crianças, uma forma também de ocupar e também complemento de renda, eles pensam, então, assim, é muito difícil mobilizar, conversar com eles”, disse
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