Por Robert Lobato
Acompanhe a seguir matéria publicada no site da revista Exame intitulada “Pelo Twitter, Snowden ironiza grampo em Dilma”. Volto em seguida.
Edward Snowden, ex-agente da Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA, na sigla em inglês), ironizou em sua conta no Twitter as conversas telefônicas entre a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula, que foram liberadas nessa quarta, 16, pelo juiz federal Sergio Moro.
“Três anos após as manchetes de escuta de @dilmabr, ela ainda está fazendo chamadas não criptografadas”, escreveu Snowden em sua conta. A mensagem já foi retuitada por mais de 1,1 mil internautas.
Em setembro de 2013, o ex-agente da NSA vazou informações de que a presidente Dilma Rousseff e o que seriam seus principais assessores eram espionados pela agência norte-americana.
A revelação causou um embaraço diplomático entre o Brasil e os EUA, além de ter sido condenada por Dilma em um duro discurso contra a espionagem na Organização das Nações Unidas. À época, Snowden elogiou a postura da presidente.
Comigo novamente
Longe de ser algo do território das teorias da conspiração, todos sabemos que os Estados Unidos nunca deixaram de espionar outros países sob o argumento de proteção à segurança nacional.
Longe de ser algo do território das teorias da conspiração, todos sabemos que os Estados Unidos nunca deixaram de espionar outros países sob o argumento de proteção à segurança nacional.
Mas não é só por causa disso: interesses econômicos multibilionários também justificariam a intromissão indevida dos ianques na soberania de outras nações pelo mundo todo.
O episódio em que Edward Snowden desnudou a política de espionagem do Estado americano deixou claro que a Casa Branca radicalizou na prática de grampos internacionais, sobretudo depois dos atentados de 11 de setembro de 2001.
No caso brasileiro, a preocupação principal não seria com o combate ao terrorismo, mas, segundo desconfia alguns agentes políticos e especialistas da academia, o interesse no nosso petróleo da camada do pré-sal.
É nesse contexto que cresce a suspeita de que pode haver uma conexão entre as ações da Operação Lava Jato, comandada pelo juiz Sérgio Moro, e a Casa Branca. Desconfiança esta que só aumentou após os recentes vazamentos de conversas da presidente Dilma.
Para finalizar, um esclarecimento necessário sobre a diferença entre a CIA e SNA.
A CIA (Agência Central de Inteligência) não pode espionar ou fazer operações em solo americano, pois é uma agência criada para espionar o mundo todo, principalmente durante a antiga “Guerra Fria”. Visa, portanto, coletar informações cruciais para segurança americana, inclusive no campo econômico.
Já a NSA é, como o nome já diz, o órgão responsável pela segurança nacional, em teoria seu alcance seria apenas interno para proteger a sociedade norte-americana de ameaças exteriores, mas como vimos após as denúncias de Snowden, sua atuação se estende por todo o mundo com violações gravíssimas à soberania nacional de vários países.
É o que pode estar acontecendo com o Brasil nestes tempos de Lava Jato e de ameaças à democracia.
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