Por: Atual7
Está explicado o silêncio sinecural da Seccional maranhense da Ordem de Advogados do Brasil (OAB) em relação ao caos na segurança pública estadual e no Sistema Penitenciário do Maranhão.
Candidata do governador Flávio Dino (PCdoB) e do atual presidente da entidade, Márcio Macieira, à Presidência da OAB-MA para o triênio de 2016-2018, a conselheira federal Valéria Lauande, que já usufrui dos vários contratos celebrados entre o marido, Ricardo Medeiros Costa Júnior, e o governo estadual, ainda possui parentes sinecurados no Estado.
Extratos de contratos levantados apontam que o esposo de Launde já abocanhou, em meio de seis meses, vários contratos no governo Dino, todos por dispensa de licitação, com a Casa Civil e a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema).
As garfadas que tem deixado Ricardo Medeiros rico por meio dos cofres do estado foram feitas por meio de sua empresa, a Rico Auto Peças Ltda.
Levantamentos feitos na lista de empregados no Poder Executivo sem a necessidade de aprovação em concurso público também constatou que, de 1º de janeiro deste ano até esta terça-feira (30), a candidata do governador e de Macieira possui pelo menos três parentes com boquinhas no governo Dino.
Um dos parentes da candidata do comunista à Presidência da OAB-MA é o seu próprio irmão, Geraldo Cunha Carvalho Júnior, presidente do Instituto de Metrologia e Qualidade Industrial (Inmeq) do Maranhão, nomeado por Dino no controle do órgão estadual desde início do ano.
Sinecurada oficialmente no final de janeiro, Flavia Alexandra Noleto Mirana Carvalho, esposa de Geraldo Carvalho Júnior, portanto cunhada de Valéria Lauande, não encontrou dificuldades para receber, pasmem, o gordo salário do mês de janeiro. Explica-se: chefe do Jurídico da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), a cunhada de Lauande foi beneficiada por Dino com nomeação retroativa ao dia 1º de janeiro de 2015, garantindo assim o soldo do mês em que ainda não estava nomeada no cargo por indicação.
Também cunhada da conselheira federal no Maranhão, a psicóloga Priscila Maciel Costa Blume de Almeida, não ganhou chefia, mas acumula recebimentos mensais pelo alto cargo de Assessor Previdenciário da Secretaria de Estado da Gestão e Previdência. Assim como a outra cunhada de Valéria Launde na Emap, Priscila Blume também foi beneficiada com nomeação retroativa ao 1º dia do ano, embora tenha sido nomeada oficialmente somente no dia 28 do mesmo mês.
Curiosamente, Priscila Blume é ainda esposa de Daniel Blume Pereira de Almeida, ex-presidente da Associação dos Procuradores do Estado do Maranhão (Aspem), que estranhamente também se pôs de cócoras diante da inconstitucionalidade da Medida Provisória n.º 185, inclusive abandonando a entrada de uma ADI no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o Governo do Maranhão.
Mais sinecuras
A ligação entre o governador Flávio Dino e a candidatura de Valéria Lauande à Presidência da OAB-MA vai mais a fundo dos cofres públicos do Estado.
Além de ser sócia do irmão do comunista, o advogado Sálvio Dino - que também beneficiou Ricardo Medeiros com contratos com o Estado quanto titular da Secretaria estadual de Justiça e Cidadania - , a conselheira federal tem ainda os votos de outros nomeados no governo estadual, todos em altos cargos e detentores de gordos salários, a exemplo do diretor do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) do Maranhão, Antônio Nunes Leitão, e dos advogados Diego Robert Santos Maranhão e Jhonatas Mendes Silva, sócios do presidente da Companhia de Abastecimento do Maranhão (Caema), Davi de Araújo Telles.
Davi Telles, inclusive, foi quem assinou um contrato com dispensa de licitação, ao valor de R$ 414 mil, com o escritório de advogacia Sá Vale Advogados, criado logo após a eleição de Flávio Dino em outubro passado, que tem como sócia a advogada Mariana Sá Vale Alves, apoiadora da conselheira federal nas eleições da Ordem deste ano, ao ponto de ceder o auditório de um dos hoteis pertencentes ao seu marido, o empresário Alexandre Brandão, para as reuniões de campanha de Valéria Launde.
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