Prefeitura tem 430 milhões para embelezar uma cidade cada dia mais feia
São Luís deveria ser o cartão de visita de qualquer candidato que pertencesse ao grupo político do prefeito Edivaldo Holanda Júnior. Eleito por uma ampla maioria de insatisfeitos com a gestão cansada do ex-prefeito João Castelo, Holandinha tinha o rosto e o resto dos atributos necessários para promover uma grande transformação na capital do Estado. Mas não foi bem assim.
Em um ano e meio de gestão, constata-se, cotidianamente, além da catastrófica situação das vias públicas, a falta de manutenção nos setores essenciais, como a Saúde e a Educação. Para quem prometia mudar São Luís, deixar alunos sem aula por dois meses e receber determinação da Justiça para recuperar unidades de saúde é o mesmo que receber um atestado de incompetência!
Quem chega aqui tem a sensação de que a cidade está sem prefeito. São pequenas intervenções urbanas, reparos aqui, tapa-buracos ali, sem um planejamento administrativo eficiente. E a total ausência de imaginação e criatividade para novas e modernas iniciativas urbanas. Nem parece uma capital administrada por um jovem prefeito de 36 anos.
A falta de dinheiro é a desculpa recorrente. Mas, de acordo com os números publicados no Portal da Transparência, a previsão inicial para 2014 era de que seriam investidos R$ 422.290.124,00 (quatrocentos e vinte e dois milhões, duzentos e noventa mil, cento e vinte e quatro reais) em obras na cidade. Foi alegado que o valor não era suficiente e, por isso, ele recebeu um aditivo, subindo para pouco mais de R$ 430 milhões (R$ 430.009.648,44) um aumento de 1,82%. A secretaria responsável, digamos, pelo embelezamento urbano possui o segundo maior orçamento do Municipio.
Acontece que essa é a segunda maior dotação entre as pastas, perdendo apenas para a Secretaria de Saúde, que possui mais de meio milhão de reais disponíveis para aplicar na melhoria da qualidade de vida da população ludovicense.
Com tanta verba disponível para obras e serviços públicos surge a inevitável pergunta: por qual motivo a população precisa tirar o dinheiro do bolso para realizar obras de infraestrutura na rua? Por qual motivo os moradores precisam tirar do próprio bolso R$ 15 mil reais para ter a rua sem buracos?
Isso aconteceu na Rua do Arroz (FOTO ACIMA), no bairro do Coroado. Cada um dos moradores teve que doar para comprar sacas de cimento, carradas de areia e pedras para solucionar o problema. Será que de um orçamento de mais de quatrocentos milhões, não era possível tirar menos de 1% para orçar, licitar e realizar a obra?
A Rua do Arroz é aquela em que moradores já fizeram até aniversário de um buraco. O prefeito, que prometeu não ser de gabinete, esperou esse tempo todo para ir às ruas e vistoriar obras pela cidade. Ele esperou o oportuno momento eleitoral para fazer isso. Orientado pelos marqueteiros de Flávio Dino, Holandinha saiu da toca. Mas será que se atreveria a visitar a Rua do Arroz no Coroado?
Ah, São Luís!
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