terça-feira, 30 de maio de 2017

ELIZIANE GAMA SE ARTICULA PARA DISPUTAR O SENADO

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Por: Ribamar Côrrea
Ganha corpo nos bastidores da corrida às urnas em 2018 um projeto que poderá agitar ainda mais a já intensa disputa pelas duas cadeiras no Senado. Trata-se da possível candidatura da deputada federal Eliziane Gama (PPS), que depois do fracasso retumbante na briga pela Prefeitura de São Luís no ano passado, estaria decidida dar uma guinada radical na sua carreira, podendo alcançar o Olimpo da vida parlamentar brasileira ou mergulhar nas trevas de uma derrota que poderá remetê-la para a aposentadoria política precoce. Eliziane Gama estaria estimulada por pesquisas que indicariam que os nomes já postos e com candidaturas irreversíveis – Weverton Rocha (PDT), José Reinaldo Tavares (PSB), Sarney Filho (PV), Waldir Maranhão (PP), Edson Lobão (PMDB), entre outros – não estão ainda com suas bolas cheias, sobrando, portanto, espaço para uma candidatura politicamente consistente e eleitoralmente forte, perfil no qual ela acredita se encaixar.
A deputada federal Eliziane Gama tem todos os requisitos e qualificações para pretender entrar na briga senatorial. É politicamente correta e sua carreira parlamentar é saudável e eficiente. É estudiosa, dedica-se a temas espinhosos – como defesa da infância e da juventude, combate ao estupro, combate às drogas, combate á violência de toda natureza – dos quais a maioria dos políticos foge, exatamente por serem politicamente ásperos, complexos e eleitoralmente estéreis. Fala sempre com propriedade, exibindo números, estatísticas, enfim, informações que dão credibilidade aos seus discursos e acentuam a amplitude da sua atuação no Poder Legislativo. Demonstrou isso na Assembleia Legislativa, onde se revelou, e na Câmara Federal, onde tem exercido um mandato produtivo e indiscutivelmente bem avaliado, ainda que distante dos holofotes.
Ao mesmo tempo em que constrói uma carreira respeitável, Eliziane Gama tem surpreendido pelos equívocos na sua caminhada política e partidária. Essa face marcada pela instabilidade partidária foi demonstrada em toda a sua complexidade nos meses que antecederam às eleições municipais do ano passado, quando ela se candidatou à Prefeitura de São Luís. Insatisfeita no PPS, deixou o partido e ingressou na Rede Sustentabilidade, a instável barca partidária da ex-senadora Marina Silva, mas logo percebeu que a barca estava furada. Ensaiou um namoro com o ninho dos tucanos, mas também se deu conta de que seria uma fria. Assim, depois de ter cometido todos os erros e equívocos que a movediça praia partidária pode tolerar, a parlamentar retornou ao leito seguro do PPS, a face moderada das versões comunistas criadas no Brasil. O resultado desses tropeços políticos – que só prejudicou a ela própria – foi um retumbante fracasso nas urnas, depois de pontificado meses como líder na preferência do eleitorado, segundo seguidas pesquisas.
Depois de um “mergulho” no trabalho parlamentar, que ganhou volume e elogios com cruzada que vem empreendendo contra as drogas e que já a levou a todas as regiões do Maranhão, e na sua atuação no plenário e nas comissões técnicas da Câmara Federal, a deputada federal Eliziane Gama estaria informando a grupos fechados que decidiu mesmo encarar a corrida senatorial. Enxerga no cenário de agora um campo fértil para plantar o projeto de candidatura, acreditando que tem condições de encarar os correntes já postos e dobrá-los nas urnas. Sabe que por trás de cada aspirante a senador existe um forte esquema político e eleitoral sendo articulado, e que, tanto quanto a disputa para o Governo do Estado, a briga pelas cadeiras do Senado já se desenha como uma guerra entre o movimento liderado pelo governador Flávio Dino (PCdoB) e o Grupo Sarney.
Se entrar, de fato, com os pés no chão nessa guerra, elegendo um discurso de renovação e encarnando os ideais da geração que representa na política do Maranhão, Eliziane Gama reúne todas as condições para se colocar entre os que de fato têm chance de chegar lá. Tem consciência de que o jogo é bruto e que a estas alturas ela dificilmente terá sua candidatura abraçada pelo Palácio dos Leões, por exemplo. Ou seja, seu voo senatorial terá de ser solitário. Mas com vantagem de ser mulher e propor uma candidatura sem amarras pode ser o mote que precisa para atrair o eleitor.


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