Parlamentar diz que a Assembleia
precisa esclarecer suposto envolvimento de dois membros da Casa e um secretário
na quadrilha desbaratada recentemente pela polícia
O
deputado estadual Roberto Costa (MDB) pretende propor a criação de uma Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o envolvimento de “dois deputados” e
de um “secretário” na quadrilha de contrabando desbaratada no final do mês
passado pela Polícia Militar do Maranhão (PMMA).
A
O Estado, o emedebista disse que já começou a sondar colegas sobre a
possibilidade de aprofundar, no Legislativo, as investigações sobre o
envolvimento de autoridades com o bando. Segundo ele, se ficar omissa, a
Assembleia pode contribuir para arranhar a imagem de todo o parlamento.
“Não
se pode imaginar que um dos presos por contrabando cite o envolvimento de
‘deputados’ e de um secretário e a Assembleia não queira esclarecer que são
essas autoridades”, destacou. “Desse jeito, fica todo mundo sob suspeita”,
completou.
A
citação aos “deputados” e ao “secretário” foi feita pelo ex-vice-prefeito de
São Mateus Rogério Garcia, num áudio que integra o inquérito em que a
Superintendência Estadual de Prevenção e Combate a Corrupção (SECCOR) investiga
a quadrilha especializada em contrabando de cigarros e bebidas – com a
participação, segundo a SSP, de policiais militares e do delegado Thiago
Bardal, ex-chefe da Seic.
Garcia
é um dos presos na operação que desbaratou o bando na semana passada.
Na
conversa, de quase dois minutos, o político pede que o interlocutor tenha
paciência para “comer esse veneno”. “É um veneno grande, que nós estamos
passando”, diz ele, ao falar sobre mudança de escalas na PM, o que, em tese,
teria deixado o grupo sem proteção.
O
ex-vice-prefeito menciona, claramente, influência política para ajudar a
quadrilha e adianta que, no final do mês de março, após mudança de comando –
sem dizer em que instância – “aí nós vamos ter controle total”.
“Realmente
complicou, mas eu tô trabalhando via o secretário e dois deputados para gente
sanar esse problema. Eu vou tentar levar o Major para o CPAM 3 e o serviço de
hoje, as escalas, ele mudou tudo, esse tal de Arlan”, afirma Rogério Garcia.
Ele não revelou os nomes do secretário, nem dos dois deputados.
Segundo
apurou O Estado, no entanto, a SSP já encaminhou expediente ao Judiciário
pedindo autorização para ouvir dois parlamentares. Como trata-se de processo
sob segredo de Justiça, os nomes não foram revelados.
De
O Estado
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