Por: Atual7
A Polícia
Federal acabou revelando, em release divulgado no site institucional sobre a
Operação Sermão aos Peixes, deflagrada no Maranhão na manhã desta terça-feira
17, que as investigações contra o desvio de recursos públicos federais do Fundo
Nacional de Saúde destinada ao Sistema de Saúde do estado devem alcançar o
titular da SES no governo Flávio Dino, o médico Marcos Pacheco. Não há
informações ainda, contudo, se as investigações culminarão em mandado de prisão
preventiva, de busca e apreensão ou de condução coercitiva contra Pacheco.
Explica-se:
de acordo com informações divulgadas pela própria PF, o modelo de terceirização
da gestão da rede de saúde pública estadual por meio de entes privados -
Organização Social (OS) e Organização de Sociedade Civil de Interesse Público
(Oscip) - facilitou o desvio de verba pública federal. Com esse modelo de
gestão, ainda segundo a PF, foi possível empregar pessoas sem concurso público
e contratar empresas sem licitação.
Ocorre que o
governo mudou, Flávio Dino (PCdoB) assumiu o comando do Palácio dos Leões, mas
o modelo de gestão da rede de saúde pública estadual não mudou e continua sendo
gerido por entes privados. E mais: pelas mesmas OS e Oscips que controlavam a
saúde pública estadual no governo anterior, além de mais outras novas que
também ganharam uma parte recheada do bolo, inclusive com contratações com
dispensa de licitação e distribuição de empregos sem a necessidade de concurso
público.
A declaração
dada pelo titular da Superintendência Regional da Polícia Federal no Maranhão,
delegado Alexandre Saraiva, durante coletiva de imprensa sobre a operação,
mostra bem isso. Segundo Saraiva, "a saúde estava sendo controlada por uma
organização criminosa. Era esse tipo de gente que estava cuidando da saúde do
Maranhão".
Esse
"tipo de gente" apontada pelo superintendente da PF, no caso, cai
exatamente sobre a mesma Orcrim que opera e controla a Saúde no governo Flávio
Dino, inclusive empregando comprovadamente familiares de auxiliares do
comunista sem concurso público, a exemplo das cunhadas e até da amiga
enfermeira do secretário de Assuntos Políticos e Federativos, Márcio Jerry
Saraiva Barroso, que teve o salário aumentado absurdamente para mais de 10 mil
reais.
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