por Luís Pablo
No ato de posse, cargos de confiança assinam um termo de compromisso no qual se comprometem a não ter nenhuma ligação com os chefes dos respectivos órgãos em que estão sendo nomeados. O que já é sabido que não é o que está ocorrendo. Parentes de secretários e de aliados do governo de Flávio Dino estão sendo nomeados nos mais altos cargos, com os mais altos salários, provocando a insatisfação de servidores que tiveram gratificações cortadas para satisfazer tais favores.
Para começo de governo como forma de garantir o “bom serviço”, Dino ordenou o corte de 30% das verbas de secretarias, incluindo as gratificações, além de alterar o calendário de pagamento dos servidores. Resultado: Muita gente pra pouco dinheiro. Por isso, as vagas nos órgãos do Estado “não estão dando pra quem quer”.
Para satisfazer as inúmeras dívidas com lideranças políticas, o esquema é dar qualquer salário, esperar o “cargo de confiança” reclamar e pedir pra sair, para que assim mais vagas sejam liberadas e o governo consiga dar conta de tanta cobrança de favores prometidos, sem “se sujar” com seus aliados. Claro que isso só funciona para as “lideranças medianas”. Os peixes grandes já estão garantidos.
Saindo da área administrativa, partimos para as promessas que o governador Flávio Dino mais reforçava em sua campanha eleitoral: As de segurança pública. Durante as rebeliões ocorridas em Pedrinhas nos anos de 2013 e 2014, Dino fez questão de escrever artigos relatando sua opinião e dando soluções para a crise de segurança pública no Maranhão, que “passava vergonha perante o mundo”.
Em suas justificativas, o atual governador afirmava que a crise na segurança se devia pela negligência dos governantes, além do “sucateamento do sistema penitenciário e da segurança pública”. Afirmou que o Estado necessitava de coragem para combater a criminalidade, e que para isso necessitava de “planejamento claros, com objetivos claros e metas definidas”. Estabeleceu várias
soluções que poderiam “funcionar melhor que ameaças e perseguições”, referindo-se à “ditadura do Maranhão”, e blablabla.
Porém, nos 100 dias de governo não foi isso que ocorreu. Focando na segurança pública, área em que Dino apresentava várias soluções, tivemos em São Luís nos últimos dias a fuga de presos de alta periculosidade, que foi noticiada na imprensa nacional, por conta da incompetência dos gestores assumida em nota emitida pelo próprio Governo do Estado e secretário de segurança pública, Jefferson Portela. Inclusive, não vimos uma alteração sequer em Pedrinhas, por exemplo, depois da fuga noticiada no país inteiro.
Até hoje o presídio continua sem cerca elétrica, os vidros da guarita atingidos pelos tiros dos criminosos, sequer foram consertados. Apesar de várias denuncias da imprensa local, nada foi providenciado. Até porque se isso tivesse acontecido, já estava exposto pra todo mundo ver. Aliás, é válido lembrar que o trabalho por um Maranhão melhor, não se faz em redes sociais.
Para finalizar a balança dos 100 dias de governo de Flávio Dino, temos os 20% de presos que não retornaram do induto de páscoa, temos 10 mortes violentas durante a semana santa, temos inúmeras tentativas de sequestros e assaltos por todo o estado, temos 11 assaltos a ônibus em um prazo de dois dias, explosão de caixas eletrônicos, dentre outros casos que continuam acontecendo diariamente nesses três meses.
Com a velha desculpa de “estamos consertando o caos deixado pelos Sarney”, o que temos de importante nas áreas de educação, saúde, turismo…? Nada de “novo e diferente” da gestão passada nos tão falados 100 dias de governo, como prometido por Flávio Dino.
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